Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

16 de novembro de 2010

Sindicato da Bondade

Como o seu nome indica, este blogue também trata de outras andanças, que não as medievais. E inauguro hoje a rubrica "outras que tais" com o livro "Sindicato da Bondade", de Eduardo Sá, Edições Salamandra.

Foto Fnac


Apesar de ainda não ter lido este livro, atrevo-me a recomendá-lo (a todos aqueles que são pais e não só), depois de ler a entrevista que o seu autor deu ao número 91 da revista Os Meus Livros (OML) de Outubro.

Eduardo Sá é psicólogo clínico, psicanalista e professor de Psicologia Clínica na Universidade de Coimbra e no Instituto Superior de Psicologia Aplicada, em Lisboa. Aqui vão algumas das suas afirmações na citada entrevista (os sublinhados são meus):

"Ninguém educa com bons conselhos, mas com bons exemplos."

"Gostava muito de rebater uma ideia condescendente e paternalista que os adultos alimentam das crianças."

A propósito do desleixo no ensino do Português:
"Quem não sabe falar não sabe pensar. E não sabe, seguramente, amar. Há uma diferença abismal entre sentir e comunicar um sentimento. Sentir sem comunicar é meio caminho para nos tornarmos amigos dos ressentimentos. E para adoecermos. Para as relações amorosas e para a vida."

"Conflito é vida. É pluralidade de apelos. São dissonâncias e são contradições."

"O desafio da educação passa, então, por aprendermos a não fugir a nada do que sentimos (...) Compreender sem condescender. Negar sem violentar. Encontrando formas de negociar e compatibilizar interesses."

"A melhor maneira de ficar preso a um medo (o da fragilidade incluído) é fugir dele."

"Basicamente, quem não diz não torna-se bonzinho. E os bonzinhos são os grandes inimigos dos bondosos."

Quem assim pensa e fala merece que se leiam os seus livros! Quando andamos à procura de livros de auto-ajuda, devíamos perguntarmo-nos primeiro se não seria melhor ler obras de especialistas, de quem realmente entende da matéria. Porque é nas famílias que se criam as neuroses, as psicoses, as faltas de auto-estima, dando origem a adultos com tendência a depressões, tristes e insatisfeitos, que não se compreendem a si e ao mundo. Adultos que acabam por ir atrás de qualquer livro que se denomine de auto-ajuda.

Ainda segundo a OML, Eduardo Sá escreveu também:

"Manual de Instruções para uma Família Feliz"
"Más Maneiras de sermos bons Pais"
"A Maternidade e o Bebé, a Vida não se aprende nos Livros"
"Chega-te a mim e deixa-te estar"
"Crianças para sempre"

Porque há livros que podem realmente mudar a nossa vida!

12 comentários:

Valdecy Alves disse...

CONVITE: Blogueir@, bem como seguidores e seguidoras. Vcs estão convidados para o lançamento do meu livro: VIOLAÇÃO AOS DIREITOS SOCIAIS DOS SERVIDORES MUNICIPAL. MONOGRAFIA que recebeu nota 10, no meu curso de especialização em Direito Constitucional. Dia 03/12//2010, às 16:00h, na Assembléia Legislativa do Estado do Ceará. Leia matéria completa em meu blog. O exemplar pode ser adquirido através dos correios.

M.Lourdes disse...

Será talvez vergonha dizer que só ontem tive conhecimento deste novo livro do Prof.Eduardo Sá. Procurei, ou melhor pesquisei por aqui na Net tudo o que me falasse dele.
Estou incapacitada de sair e na espera de algumas intervenções cirurgicas. Mas foi um bálsamo saber desta novidade. Já li por aqui e ouvi o bocadinho do video.
Espero que mo tragam depressa, porque para além dos muitos ensinamentos, todos os seus livros são: perdoem a comparação, como um pouco de "biblias" de cabeceira que tanto nos ensinam e nos confortam. Nunca me canso de ler e reler muitas frases e livros deste grande Professor de quem falam ou melhor não falam, tanto como deviam.
Obrigada por mais esta alegria.
E todos os que possam, não deixem de lêr porque como o prof. bem diz:
Quem não sabe lêr não pode ajudar a crescer as crianças e todos os que nos rodeiam, inclusivé, nós mesmos, que em cada dia precisamos de uma constante aprendizagem e saber interpretar a Vida, no concreto.

Cristina Torrão disse...

Cara M. Lourdes,

Sim, eu também acho que este livro não foi divulgado como deve ser. E quando penso que alguns supostos livros de auto-ajuda vendem tanto...

O Prof. Eduardo Sá merecia realmente que se falasse mais nele. Eu não o conhecia e quando li a sua entrevista na "Os Meus Livros" fiquei encantada. Ando a ler livros de autores estrangeiros que seguem a mesma linha (que não estão traduzidos em Português) e já me tinha perguntado se não havia nada em Português do género.

Desejo-lhe muitas felicidades e muita sorte para as suas intervenções cirúrgicas!

M.Lourdes disse...

Cara e atenta Cristina Torrão
Nem imagina como nos sabe bem abrir esta página e lêr a sua mensagem.
Convido-a a passar a palavra. Já pedi a quem me traga o livro, já li muitos que o Prof. escreveu e ouvi-lo é de ficarmos de olhos e ouvidos bem abertos e tentar interiorizar o que este Homem tem para ensinar.
Por razões de saúde perdi o lançamento do livro, mas creio que a comunicação Social se esqueceu dele.
Tudo o que diz, sai como que um Dom. Alguns não gostam do seu tom, mas eu acho que até as suas pausas demonstram que tudo o que diz é pensado e assumido. Conhece os nomes dos livros. Se puder leia. São pequenas grandes maravilhas que nos enchem e animam. Eu, que já tive a sorte de ajudar a crescer algumas crianças, digo como o Prof.: A VIDA NÂO SE APRENDE SÒ NOS LIVROS - A convivência e o relacionamento com as crianças são a maior lição de vida.
Que bom encontrar pessoas que nos animem nestes tempos onde tanta coisinha menos boa anda por aí,
Obrigada pelos seus desejos e se puder vá dando notícias. Eu farei o mesmo.
OBRIGADA E TUDO DE BOM PARA SI!
MLourdes

M.Lourdes disse...

Drª Cristina Torrão
Peço desculpas de a ter tratado apenas por Cristina, mas caí aqui sem dar quase por isso, e queria saber mais coisas do livro do prof.
Só depois de ter escrito o comentário que enviei há pouco é que olhei bem para tudo e li um pouco da sua biografia.
Até me senti um pouco envergonhada. Como eu gostava de saber muitas coisas. Mas pela minha vida fui sempre me dedicando a causas, agora, relacionadas com crianças em sofrimento. Quando mais jovem tive a sorte de encontrar grandes educadores que me ensinaram a antes de tudo saber interpretar as coisas e os casos da vida Vendo-Analisando-e Actuando.
Comecei a trabalhar aos 17 anos e pelas dificuldades, não pude estudar, mas ainda que já seja velhota, gosto sempre de aprender e pensar pela minha cabeça.
Entrei na Net, sem nada saber,sózinha fui por aqui entrando, para me juntar a uma causa de uma criança, e foi por lá que conheci e muito li e escutei o Prof. Eduardo Sá.
Perdoe-me a minha pouca instrução, mas também a vida me ensinou que o que é mais importante é a nossa capacidade de querer e saber interpretar os acontecimentos da vida.
~Mas ensine-me o que puder dos seus conhecimentos que estão a léguas de distância da minha pouca sabedoria.
Bem haja, por ter escutado o que eu escrevi, e tudo de bom para si,
ML

Cristina Torrão disse...

Cara M. Lourdes,
não tem nada que pedir desculpa, nem tem necessidade de me tratar por Drª. A verdadeira escola é, sem dúvida, a vida e admiro-a por abraçar causas importantes.
Como vivo no estrangeiro, não conheço muito do Prof. Eduardo Sá, infelizmente, nunca o ouvi falar. Mas estou muito curiosa quanto aos seus livros e, na minha próxima estadia em Portugal, vou procurar alguns.
Como disse, chamou-me à atenção a entrevista que ele deu à revista Os Meus Livros, que assino, para saber o que se vai publicando em Portugal. As coisas que ele lá dizia coincidiam com o que venho lendo em livros estrangeiros. Irei publicar, aqui no blogue, extractos desses livros, os quais a M. Lourdes poderá ler e dar-me a sua opinião. Não penso que muita gente comentará, vamos ver. Como verificou, este texto sobre o livro do Prof. Eduardo Sá não teve muito impacto. Tirando os seus comentários, mais ninguém se expressou.
Talvez as pessoas estejam apenas interessadas em soluções fáceis, ou não aceitem bem constatar que muito do que têm feito está errado. Admitamos que não é fácil e será também por isso que o Prof. terá os seus críticos.
Já agora, leia o texto que escrevi sobre o tema "Relativizar". Para o encontrar, pode escrever essa palavra na caixa de pesquisas do Google, do lado direito, logo a seguir ao título do blogue.
Bjnhos

Maria de Lourdes disse...

Drª Cristina
Peço desculpas, mil desculpas, pelo meu silêncio... Razões de falta de saúde e o que isso implica em idas aos hospitais e exames.
Só hoje voltei aqui, e sinceramente que fiquei emocionada, por ler a sua mensagem para mim.
A minha filha comprou-me o livro do Prof. e tenho passado os olhos por ele. Amanhã ou melhor logo vou passar umas horas no IPO e já tenho o livro dentro do saco.
Hoje de manhã, abri num capítulo, porque me habituei e lê-lo de qualquer forma.
Fiquei presa e é realmente uma riqueza poder confrontar aquilo que sinto e que penso e aprender cada vez mais.
É que eu fiquei desempregada e já há alguns anos que comecei a tomar conta de um bebé dos 3 meses aos 3 anos. Comecei com um pequenino filho de um casal amigo e a seguir vieram mais quatro mas um de cada vez. Hoje a mais pequena já tem 5 anos porque juntei duas irmãs que apenas têm a diferença de 11 meses.
Pela minha vida, fui sempre uma jovem dedicada a causas e depois já mais velha nunca deixei de viver e tentar quando mesmo parecendo impossível viver e assumir muitas realidades que me marcavam.
Mas posso dizer que depois de um longo caminho sempre de aprendizagem, as crianças que ajudei a crescer foram e são ainda a minha maior lição de vida.
Nos fins de semana, ou quando estão de férias, ou mesmo quando estão doentes e não podem estar nos colégios, os pais pedem-me e fico com elas. Tentei que se fossem conhecendo e hoje é muito lindo sentir que são amigas ainda que passem tempos de afastamento.
Falo de tudo com elas e com verdade, estou certa que sou eu que fico sempre mais rica e recebo mais.
Ao ler este último livro hoje senti que o meu coração palpitava, quando naquele capítulo encontrei a forma maravilhosa como o Prof. fala da forma como se deve entender e sentir aquelas pequenas grandes coisas que as crianças vivem e aquilo que lhes deve ser permitido.
Prometo que serei mais concreta pois tenho e vivo testemunhos que me levam a sentir que apenas pela intuição, talvez, vou e fui seguindo este caminho que não é tão difícil assim, se nós formos capazes de descer até á altura das crianças e seguir com elas as suas formas diferentes, mas tão profundas e ricas. Prometo que lhe voltarei a escrever. Estou muito cansada, e daqui a pouco tenho de me levantar (ainda não descansei nada). Se assim aceitar hei-de contar-lhe coisas lindas e reais que vou aprendendo com as crianças que beberam da "minha fonte" mas me têm dado força para eu continuar a viver e a ser capaz de ultrapassar tempos difíceis.
Um abraço para si e sinto que a amizade também já passa entre nós.
ML
16/03/11 o3:56

Cristina Torrão disse...

A M. de Lourdes é um exemplo de como não devemos baixar os braços, há sempre alternativas. A maior parte das pessoas, ao ficarem desempregadas, desanimam, mas, tendo espírito empreendedor, pode sempre encontrar-se um outro caminho. Quem não tem paciência para crianças, talvez tenha jeito para fazer bolos e doces, ou rendas e malhas, por exemplo. Serão trabalhos, por vezes, monótonos, mas não é melhor sentir-se útil, estar ocupada e talvez ganhar algum dinheiro, do que afundar-se em depressões? Enfim...

É uma grande virtude, essa de descer à altura das crianças. Torna tudo tão mais fácil e agradável, mas, infelizmente, há muita gente que não admite essa possibilidade.

Estou a planear passar pela Feira do Livro do Porto, pois estarei em Portugal nessa altura e procurarei os livros do Prof. Eduardo Sá.

Desejo-lhe boa sorte para os seus problemas de saúde. E descanse, cara M. de Lourdes!

M.Lourdes disse...

Cara Drª Cristina
Hoje e nesta noite, é sempre à noite que gosto de escrever, estou mais calma e na outra madrugada fiquei até envergonhada por ter passado tanto tempo e não ter visto a sua mensagem acolhedora. Deixe-me revelar-lhe um segredo, eu nada sabia de internet e foi sózinha e pela causa de uma menina, que entrei nisto. Sempre gostei muito de escrever, mas depois do acidente que sofri e me levou ao desemprego, estive 15 anos sem escrever uma linha. Comunicava sim com os amigos, mas pelo telefone ou pessoalmente. Só há dois anos e motivada pelo sentir e amor a uma criança em sofrimento, deixei que o meu gosto pela escrita, que esteve guardado tanto tempo, fosse aos poucos desabrochando de novo e foi num blogue que muito comecei a escrever e muito escrevo ainda. Sou curiosa e só ontem de manhã antes de ir para o IPO, fiz uma pesquisa e fiquei a saber quem era. Não leva a mal, pois não? Fiquei tão feliz, por saber um pouquinho de si, pois quem ganha um prémio é um valor e um orgulho para todos nós. Sou muito emotiva e ainda que já tenha sido eu não sei quando foi, mas fiquei ainda mais interessada pelos seus livros,escritos, gostos e saber.
Ainda que na distância do espaço e do tempo, vai sempre a tempo um abraço de Parabéns. Sei que está um pouco longe, tenho uma afilhada e uma sobrinha de coração que por aí vivem em zonas diferentes e casaram as duas com 2 naturais desse país.
O Mundo não é tão grande assim, e também acredito que nada acontece por acaso. Conheço um pouco do norte e das suas raízes.
Até fiquei mais curiosa e com vontade de ler as suas obras.
Mas eu sou alguém muito simples e que apenas estou atenta, gosto sempre de aprender, e sobretudo o dedicar-me a coisas diferentes é sempre uma mais valia. Como só na madrugada de ontem é que li o seu comentário, e como já era muito tarde e estava muito cansada, até me ri sózinha aqui no meu cantinho, porque como não sei muito da Net não conseguia pesquizar o seu texto sobre o "RELATIVISAR"
Ontem o dia no IPO correu muito mal, e quando cheguei nem sequer abri o computador.
Mas já o li e eu gosto de pensar calmamente, e quero escrever-lhe sobre isso, mas eu sou muito simples no saber, mas penso muito...
Ontem, também saiu uma longa entrevista no jornal DESTAK, ao Prof. Eduardo Sá e hoje uma amiga minha mandou-me uma cópia. Se quizer mando-lha, mas terá que ser por email e como anexo, porque é bastante grande. Vale a pena, porque é sobre o dia do pai que se avizinha.
Aliás, eu já escrevi ao Prof. algumas vezes, porque ele de certa forma apoiou a causa em que intervenho, daquela menina muito falada neste Portugal e por aqui na Net, o nome Esmeralda é bastante e muito falado.
Continua...

M.Lourdes disse...

Continuação...

Vou dar-lhe um dos meus emails e será através de um deles que gostava de lhe falar de um assunto que talvez, como tem mais conhecimentos, me pudesse dar alguns conselhos, como fazer. Depois, há coisas que por respeito às famílias, gente simples e muito melhor do que a Comunicação Social informa, merecem o meu carinho, amor e dedicação, e sobretudo o respeito pela intimidade.
Esta coisa do virtual é curiosa, mas eu preciso de sentir o olhar, o sorriso e as lágrimas, bem como os afectos.
No verão de 2009, juntei as famílias no centro do país e conhecemo-nos alguns amigos ao "vivo a a cores" como cá se diz.
Foi muito bom e conheci a pequena Ana Filipa/Esmeralda. Hoje contacto várias vezes com eles e falo com ela de 15 em 15 dias, quando a mãe a vai buscar para passar os fins de semana com ela como o tribunal decidiu.
É uma história dolorosa, mas cheia de momentos e de gente boa e outros, que nos tiram o sono às vezes.
Se confiar em mim, e quiser dar-me o seu email então escreverei com mais liberdade.
Como não tenho outra forma e ainda que haja por aqui quem não entenda a nossa verdade; eu não tenho nada a esconder e aqui envio o meu email
FILMAR (são as iniciais das minhas duas filhotas de coração) e o email é
Minha querida amiga é um pouquinho de mim, que valho pouco, mas como eu digo aos meus meninos: o nosso coração é do tamanho do Mundo e cabem cá todos os que nós quisermos, e das formas mais diversas.
Eu já sou velhota, embora a minha pequenota diga sempre "Tu és linda Baba, e não és velha" .
A beleza para as crianças, tem um olhar diferente do nosso porque eles vêm com os olhos do coração.
Obrigada, Cristina por a ter encontrado, e continue a escrever e a fazer-nos sentir orgulhosos.
Bem Haja, tudo de bom para si e para os seus e se depois nos escrevermos contarei mais de mim.
Obrigada e com a força que me vem destes acontecimentos, "encontros de alma" e partilha, vou tendo mais força para tentar ultrapassar a saúde que é frágil.
Boa noite amiga...

Cristina Torrão disse...

Cara M. Lourdes,
sim, eu penso que será melhor contactarmos por email. Mas acabou por não me mandar o seu endereço. Escreva-me para:

kassiak@t-online.de

Maria de Lourdes disse...

Boa tarde Cristina
Agora, vim aqui de fugida e vi que não estava lá o meu email. Pensei que fosse a Cristina que o retirasse para salvaguardar, mas eu enviei.
AQUI VAI, MESMO ANTES DE LHE ESCREVER
POR EMAIL
amarben76@hotmail.com

O nome é FILMAR
Que terá acontecido.?
Um abraço e talvez ate logo pela noite.
Quando for possível diga-me só se recebeu... Obrigada e um bom fim de semana.
ML