Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

11 de março de 2011

O Olhar do Celestino

Comissão de Serviço V

O Celestino, neste dia, até estava contente. Tinha ido às compras e adorava a camisa nova. Tirou-se a fotografia, para marcar a efeméride. Mas o Celestino não sorriu para a câmara, como costumam fazer as crianças, na idade dele. Principalmente, quando estão contentes.

"Fi-lo rir-se. Só nunca lhe tirei os olhos tristes". O que fixam os olhos tristes do Celestino? Um horizonte longínquo, onde a felicidade espera por ele? Acreditaria ele na felicidade? Sentir-se-ia digno dela? Ou estaria conformado com uma vida que pouco tinha para lhe oferecer? O Celestino parece olhar para algo que só ele conhece, que talvez nem tenha nome.


O Celestino era mainato de Fernando Sousa, co-autor do Delito de Opinião, blogue onde ele vai publicando as suas "Notinhas de uma guerra engolida". Engolida, nem mais, como fazemos com algo que abominamos, mas que nos obrigam a comer. É a sua Comissão de Serviço, em episódios curtos, mas cheios de substância. Porque, mais do que ler frases pomposas e/ou complicadas, queremos ler sentimentos.

Gostei particularmente do primeiro episódio (Adeus Eternidade) e do quinto, esta Comissão de Serviço V, em que ele nos apresenta o Celestino e que aqui transcrevo:

5 comentários:

F.S. disse...

Mil obrigados. As vezes que pensei que um dia tocariam à minha porta e era ele!

Cristina Torrão disse...

E eu continuo a perguntar-me onde estará ele, hoje em dia, o que fará?

Não é muito mais velho do que eu...

F.S. disse...

Eu voltarei ao Celestino, mais de uma vez. De todos os rostos foi o que mais me ficou. A história dele ainda agora começou. Verá. Lerá. Foi um dos motivos da minha guerra engolida.

Unknown disse...

Cristinamiga

Excelente Celestino, excelente prosa, excelente foto, mansos os olhos, a camisa nova, o pensar distante.

Excelente também o Fernando Sousa. Que volte ao Celestino e revolte e trivolte. Bonito naco de prosa sobre um tema que também abordei no meu «Morte na Picada», contos da guerra - colonial - de Angola, 1966/68.

Do qual a malta parece ter gostado, incluindo o Joaquim Futado que o apresentou e o Joaquim Vieira que o prefaciou. Bué da fixe, o que eu aprendo com os meus netos...

Se ambos os dois quiserem fazer o obstáculo de passar lá pela Minha Travessa, multumesc frumos, ou seja muito obrigado em Romeno...

Qjs = queijinhos = beijinhos

Cristina Torrão disse...

Ainda bem, Fernando, fico a aguardar :)

Obrigada pela visita, Henrique. Lá passarei :)