Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

18 de abril de 2011

Günter Grass e Nina Hagen



O que têm em comum estas duas personalidades alemãs tão díspares: o escritor, de 83 anos, vencedor do Nobel, e a rocker caótica, de 51, que atingiu fama mundial nos anos oitenta? Resposta: a luta contra a energia nuclear!

Os dois participaram numa acção de protesto junto à central atómica alemã de Krümmel, perto de Stade, a cidade onde vivo. Tanto Günter Grass, como Nina Hagen, não deixaram dúvidas quanto à sua posição.

A Alemanha tem tradição neste género de luta e mesmo um governo conservativo, como o de Merkel, pondera alternativas, estuda prazos. Infelizmente, isso não se verifica noutros países. Em França, por exemplo, em que existem mais do dobro das centrais atómicas da Alemanha, a contestação é quase nula, limita-se a meia dúzia de excêntricos, apesar da tragédia de Fukushima.

É isso que desencoraja muitos alemães. Mesmo que conseguissem desactivar todas as centrais do seu país, estariam rodeados de outras e não se livrariam de sofrer com possíveis acidentes. Além disso, se a Alemanha, nesse caso, não conseguisse produzir energia suficiente, acabaria a importá-la de outros países, que a produzem a partir das suas centrais nucleares.

Um problema global, para o qual não se vislumbra solução.

3 comentários:

Daniel Santos disse...

sou contra o nuclear.

Bartolomeu disse...

Apesar de achar que para um problema, existem sempre várias soluções, neste caso, afigura-se-me uma única; acabar com o capitalismo.
O recurso à tecnologia atómica, visou a obtenção de energia em quantidade e a um custo mais baixo. Essa energia, tem a finalidade de alimentar indústrias que possam produzir maior quantidade a um custo mais baixo, proporcionando desse modo, lucros mais elevados, os quais por sua vez, dão origem ao estabelecimento de objectivos, pois quanto maior for a produção, mais necessário se torna angariar mercados, por forma a escoar a produção. Mas, ao penetrar em novos mercados, torna-se necessário aumentar a produção, por forma a dar resposta ao aumento de procura. Ao tornar-se necessário produzir mais, passa a ser necessário produzir mais energia a um preço mais baixo, porque a lei da livre concorrência, origina a competição entre os produtores.
No entanto, por todo o mundo verifica-se um crescente aumento de riqueza privada, e um absurdo aumento de pobreza.
A solução então, é de parar de consumir, obrigando assim a um decréscimo da produção, passando desse modo a ser desnecessário produzir energia em tão elevadas quantidades.
Penso que esta forma de luta cívica, seja mais eficaz que as manifestações junto às centrais nucleares. Eu, já lhe dei início ha bastante tempo. Compro somente o necessário e dou preferência ao que é produzido no país.

Cristina Torrão disse...

Sim, claro que as manifestações junto às centrais nucleares, com, ou sem, famosos, estão longe de serem eficientes. Mas também é preciso que existam.

Concordo inteiramente, quando diz que é preciso consumir menos, também eu "luto" contra o consumismo desenfreado. Não só contrariamos a produção de energia em quantidades elevadas, como fazemos bem à própria carteira ;)

Não esquecer que o endividamento das famílias é um grande problema da actualidade.