Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

25 de abril de 2011

Romance Histórico na 100ª Mensagem

Decidi assinalar esta pequena efeméride: a publicação do post nº 100 (para quem não sabe, o blogger chama mensagens aos posts), com um dos meus temas favoritos: o romance histórico. Apesar de recentes edições, continua a ser pouco publicado no nosso país. Para vos mostrar do que falo, convido-vos a ver estas fotografias, tiradas na livraria Thalia, de Stade, a cidade onde vivo. Thalia é uma grande rede alemã de livrarias, o estabelecimento em causa é relativamente pequeno. Stade, com os seus 40 000 habitantes, estará ao nível de algumas capitais de distrito portuguesas. Mas reparem nas quantidades de livros em exposição num único escaparate:




E se eu vos disser que estas fotografias se resumem à oferta de romances históricos? É verdade! Trata-se do escaparate reservado a este tipo de literatura.




A maior parte destes romances são de autores alemães, os traduzidos resumem-se praticamente aos de língua inglesa. Mas há outros que conseguem furar neste mercado, nomeadamente, os de língua castelhana, como Ildefonso Falcones.





Não era bom que também houvesse um ou outro português, pelo meio? Para isso, era necessário que mais autores (conhecidos ou novos) se dedicassem a este tipo de escrita. Uma boa ideia de incentivo seria a criação de um Prémio Literário para o romance histórico, à semelhança do que acontece em Espanha, com o seu Prémio Alfonso X.

Além deste escaparate, há uma secção de prateleiras reservada aos super best-sellers, ou publicações "fresquinhas".


À laia de curiosidade, conto como consegui tirar estas fotografias. Quando fui ter com um dos funcionários, a perguntar se podia usar a minha máquina dentro da livraria, levei logo com uma recusa. Enquanto ponderava se devia insistir, explicando as minhas razões, o livreiro facilitou a tarefa, perguntando por elas. Quando lhe disse que  também publicava livros em Portugal e queria usar as fotografias no meu blogue, ele mudou de ideias. Até vieram algumas colegas dele falar comigo, perguntar-me sobre o que eu escrevia. Acabaram todos a ser muito simpáticos, deram-me os parabéns e deixaram-me o caminho livre :-)

7 comentários:

antonio ganhão disse...

Porque não editar primeiro aí e depois trazer para Portugal?

Bartolomeu disse...

Deixa que te diga Cristina, esses alemães da Thalia, não possuem olho para o negócio.
Tiveram a oportunidade de alargar e diversificar a oferta, adicionando-lhe qualidade cultural e literária e, desperdiçaram-na.
Se D. Dinis ainda fosse vivo, pespegava-lhes com umas estrofes de escarnio e mal-dizer, que até íam d'asa.
Mas pronto, agentes perdoa-lhes... pode ser que à boa maneira alemã estejam neste momento reunidos para aprovar o pedido de editar os teus livros. Esses rapazes são assim, antes de darem um passo, apalpam muito bem o terreno, paea ver se é seguro...

Cristina Torrão disse...

Embora eu me tenha referido à publicação de romances históricos portugueses, em geral, na Alemanha, e não ao meu caso concreto, agradeço as palavras simpáticas :)

Queria também apelar à maior exploração deste tipo de literatura em Portugal. Os espanhóis, como em tudo, vão bem à nossa frente e a instituição do Prémio estimula a escrita de qualidade.

Daniel Santos disse...

e eu acabei de ler um bom livro que agora só está incompleto por faltar autografo da autora.

Cristina Torrão disse...

Isso arranja-se, Daniel ;)

ML disse...

100ª POST - 25 ABRIL 2011
UM POUCO DA NOSSA HISTÓRIA...

Coincidência ou não, talvez valha a pena lembrar esta data e associá-la SOBRE AS ASAS DO TEMPO QUE NOS MARCA…
As nossas tristezas, as nossas Alegrias foram festejadas e ABRIL chegou!
Há 37 anos ansiámos e chorámos, desejando que os nossos sonhos de Liberdade, acontecessem…
E naquela madrugada de 25 de Abril, CHEGOU! E mesmo que por vezes nos possamos perder no pó dos dias mais cinzentos , Nós somos Cidadãos de Abril.
Talvez por isso muitos continuam do mesmo lado, com os mais frágeis, ou mais fracos, vivendo e partilhando a vida com esses mesmos.
Por isso AQUI CONTINUAMOS! E porque ABRIL aconteceu podemos mais livremente continuar AQUI! Aqui ao lado de todos estes lugares que nos lembram as crianças em sofrimento e que em vários posts aqui estão como que a alertar.
Crianças que tantas vezes ignoradas são fruto desse Abril, que anunciou a Liberdade. Crianças! Gente de carne e osso, filhas de um povo que deseja a Paz. Crianças que Simbolizam a esperança e o optimismo, para romper com as amarras da mentira e da maldade, e de novo ganhar a Primavera.
Querendo ou não ser Cidadãos de Abril com a liberdade que nos assiste, cabe-nos a nós aprofundar as falhas deste tempo que nasceu em 1974. Foi um tempo desejado, sofrido, mas ainda não consolidado.
“VIMOS, OUVIMOS E LEMOS e NÃO PODEMOS IGNORAR”
E Querendo para as crianças essa felicidade que as tornará em adultos satisfeitos, como diz a Cristina mais à frente, teremos de cantar com os poetas
“Era o Abril que veio
Abril que deixa sementes prateadas
Germinando longamente
No olhar dos meninos por haver”
(José Fanha)
“Abril de Abril – (Abril de VERDE)
Abril de Abril despido – (Abril que dói)
Abril já feito. E ainda por fazer!”
“Mas aprende que o mundo, é do tamanho que
Os homens queiram que o mundo tenha
O tamanho que os ventos dão aos homens
Quando sopram à noite no País de Abril”
(Manuel Alegre)
E Fazendo desse sonho as palavras de António Gedeão
Cantemos com todos os que nos estão mais próximos
“Eles não sabem, nem sonham
Que o sonho
Comanda a Vida
Que sempre que um homem sonha
O mundo pula e avança
Como bola colorida
Entre as mãos de uma CRIANÇA”

Crianças que queremos Vêr Felizes, Libertas a viver em Pleno os Valores da VERDADE E DO AMOR
ABRIL É TEU E NOSSO!!!

Manuel de Sousa disse...

Eu até escrevia um romance histórico, mas a dificuldade é que em Portugal é difícil publicar, a não ser que se tenha mesmo muita qualidade e mesmo assim... Mas, posso um dia tentar avançar até já tenho ideia de um personagem ;)
Muita pesquisa histórica tenho de fazer embrulhado em livros nos confins de uma biblioteca, perdido na escuridão na busca dos manuais esquecidos no tempo, amarelos e cheio de pó, mas que revelam o mais enigmático da nossa História.
Bem já estou a fazer o filme todo. Perdoem-me.

Manuel de Sousa