Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

2 de junho de 2011

O Livro de Cale

Uma das razões porque mal posso esperar pela minha ida à Feira do Livro do Porto:



Não sabia da existência deste livro (de capa excelente), até há cerca de dois meses, ao ler sobre ele, aqui. Dedica-se aos jogos de poder no Condado de Portucalense, muito antes de D. Afonso Henriques e mesmo de D. Teresa. Porque, para a constituição da nacionalidade portuguesa (...) foi também importante a contribuição de um grupo de poderosos infanções que ao longo do século X e XI, cimentou uma posição política e social... (Clique, para ler mais).

Estou com vontade de me dedicar a esta época, onde assentam os fundamentos da obra construída pelo nosso primeiro rei. Também me seduz muito a Lenda de Gaia ou do Rei Ramiro. Digam lá que não são assuntos para belos romances históricos! Tem de ser sempre o Rei Artur, ou Ricardo Coração de Leão?

11 comentários:

Cláudia Moreira disse...

Tenho a certeza de que temos histórias tão, ou mais, interessantes como as do Rei Artur ou de Ricardo Coração de Leão:)

Somos um povo com muito para contar!! :)

Cláudia Moreira

Bartolomeu disse...

Concordo com a Claudia e desejo-te a melhor inspiração, Cristina.
Sabes, quando era miúdo devorei as histórias do Rei Artur e dos cavaleiros da Távola Redonda. Mas quando comecei a perceber a nossa História, achei as figuras de Viriato e de Afonso Henriques, incomparáveis.
Agora que mencionaste a lenda de Gaia, lembro-me que ha muito tempo li acerca disso, vou ter de procurar onde.
Mas sabes uma curiosidade?!
;)
Secalhar até sabes... Gaia tem o mesmo "significado" na cultura Amerindia, também representa a Terra e a fecundidade, a renovação, o poder e a delicadeza, etc .
Tenho uma curiosidade; estando tu a viver na Alemanha, onde é que encontras o material que te permite investigar e escrever?
;)
Desculpa a curiosidade...

antonio ganhão disse...

Mas olha que esse vendem bem...

Sim, chegou a altura de enterrarmos o Estado Novo e descobrir a nossa história nem que seja de uma forma friccionada (a do EN também era).

Unknown disse...

Ih! Já estou saturada das histórias do Rei Artúr e dos cavaleiros da Távola Redonda. E, claro, depois vêm as histórias de Leonor da Aquitânia e Ricardo... Gosto mais das histórias medievais da Península Ibérica, fundação de Portugal, el Cid...

Olinda Melo disse...

Viriato, aqui referido, é boa figura. Pelo menos, preenche, desde os Montes Cantábricos, o nosso imaginário. Há quem desconfie desta nossa relação com este lendário e nebuloso guerreiro celta, condutor de homens, os valorosos lusos. Seríamos antes de mais descendentes da romanidade tanto na estrutura política como cultural e linguisticamente falando, não devendo nada aos combates dos lusitanos contra Roma…Herculano terá sido dos primeiros a lançar alguma desta bruma sobre o herói… (Portuguesismo(s)-João Medina)
Em relação ao Estado Novo parece que havia interesse na manutenção dos chamados ícones nacionais como suporte à sua tríade ideológica Deus, Pátria e Família…

Cristina Torrão disse...

Bartolomeu, ainda nao me aprofundei no estudo de Gaia, embora lá tenha vivido 17 anos (dos 10 aos 27)! Mas, naquela altura, ainda nao estava virada para estas coisas. Tenho a lenda de Gaia num livro sobre literatura medieval, de Ema Tarracha Ferreira, destinada ao ensino secundário (esta professora escreveu muitos manuais escolares).

Quanto às mihas pesquisas, é realmente um pouco difícil. A internet tem sido uma grande ajuda, mas nao chega. E, na impossibilidade de visitar as nossas bibliotecas, farto-me de gastar dinheiro em livros dos nossos mais famosos historiadores. É neles que me baseio.

Respondo aos outros comentadores em conjunto (nao levem a mal, mas os assuntos estao relacionados): eu também gosto das histórias do rei Artur e outros heróis ingleses (embora nao se possa dizer que o rei Artur fosse inglês, será melhor britânico). Foram aliás essas narrativas que me despertaram o gosto pela Idade Média. Mas nós também temos "panos para mangas", que acho que se deve aproveitar.

No Estado Novo dava-se relevo a certos acontecimentos, a fim de enaltecer a pátria, e muitos deles sao, hoje em dia, postos em causa, pois nao passarao de lendas.

Eu dou uma visao romanceada deles, mas, tanto quanto possível, neutra, isto é, no caso da guerra contra os mouros, por exemplo, dou as razoes das duas partes e nao enalteco os "bons cristaos" contra os "mouros crueis". No livro "A Cruz de Esmeraldas" (de que ainda nao falei aqui) tento dar uma ideia do sofrimento dos mouros cercados em Lisboa.

Moira disse...

Gostei muito da sugestão, vou ver se encontro. Boa viagem :)
Beijinhos

Cristina Torrão disse...

Obrigada :)

Bartolomeu disse...

É verdade Olinda!
(aproveitando a oportunidade; tenho tentado comentar no teu blog, sem sucesso)
;)
Viriato foi, na minha ótica, um guerreiro mítico, não na verdadeira acepção do termo, mas, na essência dos factos.
Viriato foi um semi-deus. Aliás, só assim se poderá perceber, colocando-nos no espaço e no tempo, as vitórias alcançadas, os métudos idealizados, contra uma força militar tão grande e experiente e detentora de tanto conhecimento.
Diz a lenda, que Viriato era filho de um deus, com uma humana.

Bartolomeu disse...

Pois foi Cristina!
O estado novo, cerceou o entendimento de muitos aspectos da nossa História. Um deles que hoje ainda é omitido quase por completo, é o estudo das invasões árabes da península. No estudo da História, ficamos com a impressão, que depois de invadir a península, os Romanos se transformaram em Árabes assim como que por magia.
Sabemos que os conflitos políticos no seio de Roma, enfraqueceram o governo colonial, premitindo aos árabes, conquistar este território, mas essa parte é quase omitida. Em contrapartida, enaltece-se a reconquista e a expulsão dos Árabes, contudo, omite-se também a convivência e a "cooperação" que existia com alguns reis mouros.
Em suma, a nossa História, está muito mal contada.
;)

António Lopes disse...

Sem dúvida!
:-D
Não conhecia esse livro. Vou procurar para ler ;-)
Obrigado e jinhos