Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

22 de novembro de 2011

"Fazei, pois, e observai tudo o que eles disserem...

"... mas não imiteis as suas obras, pois eles dizem e não fazem."
(Evangelho segundo São Mateus, 23,3)

Segundo São Mateus, já Cristo chamou a atenção para o facto de haver pessoas, neste caso, os fariseus, que fazem o contrário daquilo que dizem. Infelizmente, pais educadores e professores não fogem à regra. E como querem os pais filhos bem educados, se eles próprios não dão o exemplo?

Uma autora alemã, Gundula Gause, num livro em que dá conselhos de educação, diz o seguinte:

O melhor método de transmitirmos boas maneiras aos filhos é através do exemplo. Todos devíamos cultivar valores como o bom comportamento, a amabilidade, a pontualidade, a solidariedade e o respeito. Não devemos, aliás, repreender os filhos diante dos outros, mas fazê-lo mais tarde, com calma.

Num jornal católico alemão, são apresentados testemunhos de crianças sobre a contradição em que os pais, educadores e professores, muitas vezes, caem:

O meu pai diz-me sempre que não devo começar a fumar, mas ele fuma. E nem pensa em deixar.

Os pais dizem sempre que devemos usar capacete ao andar de bicicleta, mas, quando os meus pais andam de bicicleta, nunca usam capacete.

A minha mãe zanga-se sempre quando está a falar e nós a interrompemos. Mas ela está sempre a interromper-nos, quando falamos.

Os idosos dizem sempre que são os jovens que devem cumprimentar e não o contrário. Mas, quando nós cumprimentamos muitos dos idosos da nossa vizinhança, a maior parte não responde, alguns até olham para o lado.

A minha mãe diz-me que não devo ver tanta televisão, mas ela vê muito mais do que eu.

Um professor disse-nos, uma vez, que não queria ouvir nunca a palavra "merda". Mas uma vez, quando tentava mostrar-nos um vídeo e a televisão não funcionava, berrou: "Mas que merda é esta?"

O meu pai diz: "Vai tirar a louça da máquina", ou "Vai ajudar a tua mãe!" Ele próprio, no entanto, nunca ajuda.

Nas minhas observações do dia-a-dia constato, muitas vezes, que há pais que julgam não precisarem de educar os filhos, limitando-se a dar-lhes um tecto e a alimentá-los.
Sirvamos de exemplo! E lembremo-nos, todos os dias, de que educar crianças não é nenhuma brincadeira de crianças!

5 comentários:

George Sand disse...

Aqui está um post corajoso. É de facto difícil educar. É uma tarefa de muitos anos. Mas que vale a pena

Virgínia do Carmo disse...

Concordo, Cristina. Ser pai ou mãe é uma tarefa que exige tempo, disponibilidade, paciência e muito rigor. E sim, é para ser levada muito a sério.

Beijinhos

Cristina Torrão disse...

Na vida de hoje em dia, nem sempre é fácil arranjar tempo. Mas, se alguns pais levassem mais a sério a sua missão, já obteriam melhores resultados.

Daniel Santos disse...

ainda por cima, como só tenho um, tenho de ir inventado na educação, tipo ir experimentando.

Cristina Torrão disse...

Desde que leves a sério a tua missão... Ninguém nasce ensinado, nem ninguém é perfeito ;)

Muito importante será as crianças aperceberem-se de que os pais lhes dão importância e aos seus problemas.
Também já tenho lido que, mais importante do que a quantidade de tempo passado com os rebentos, é a qualidade desse tempo. Do género: mais vale meia hora intensiva, a ler algo juntos e a comentar a leitura, do que uma manhã inteira em casa com uma criança sem lhe ligar muito, insistindo que vá brincar sozinha.