Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

9 de setembro de 2012

Pré-Publicação # 14


Ia, enfim, entrar no Porto, de que tanto ouvira falar, desde que nascera, e cujas muralhas, com os seus merlões de remate piramidal, faziam agora parte da paisagem que a rodeava. Junto com o seu grupo e o resto do povo, subiu a escadaria incrustada na encosta de granito que, do cais, dava acesso à chamada Porta das Mentiras.
O burgo, em si, não era grande. As muralhas, construídas em função da catedral e da paróquia que a rodeava, não chegavam a ter uma milha de perímetro. A riqueza e a fama da cidade do Porto deviam-se à atividade mercantil que se desenrolava nos cais das duas margens do Douro e que envolvia, não só a população local, como a da vasta região à sua volta.
Embrenharam-se no labirinto de ruelas e vielas, com os seus cheiros a dejetos. A moça conhecia outro tipo de odores: os da agricultura e dos animais, que haviam morado no piso térreo da casa paterna. Mas, nos cheiros próprios dos aglomerados, burgos e cidades, inexistentes na sua terra, imperavam os dejetos humanos e as águas inquinadas deitadas pelas janelas, acumulando-se nas vielas, que só secavam completamente no Verão. E o povo enfiava os sapatos e os socos, ou mesmo os pés descalços, na lama mal cheirosa.

5 comentários:

Anónimo disse...

huuummmmm...e a curiosidade continua a crescer... :)
Terminei este fim de semana o seu livro "D. Dinis" que como nos vem a habituar estava muito bom.
Já há novidades para a publicação do próximo?
Beijinhos

Ana Lemos disse...

huuummmmm...e a curiosidade continua a crescer... :)
Terminei este fim de semana o seu livro "D. Dinis" que como nos vem a habituar estava muito bom.
Já há novidades para a publicação do próximo?
Beijinhos

Cristina Torrão disse...

Ana, obrigada pelas suas palavras. Infelizmente, ainda não há novidades.

Bartolomeu disse...

Se for preciso fazermos uma "manif" à porta da editora, conta comigo, Cristina!
;)

Cristina Torrão disse...

:D
Obrigada.