Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

14 de agosto de 2013

«O tempo que passámos com ele foi um presente»


Um ator morre, de repente, com apenas 22 anos. Notícias destas atingem-nos, de vez em quando. E os motivos são conhecidos: excessos, drogas, uma vida vivida depressa demais, incapacidade para lidar com a fama.

O caso do alemão Jonathan Dümcke parece, porém, diferente. Jonathan sofria de problemas cardíacos, teve de ser operado, logo a seguir ao nascimento. Quando ingressou na escola, com seis anos, tinha já feito quatro operações, a fim de assegurar o fornecimento de oxigénio ao seu organismo, que, mesmo assim, se ficou pelos 85%.

Jonathan tinha, por isso, problemas de resistência e a sua vida de ator era cansativa. Começou a atuar em séries televisivas com nove anos e chegou a participar num filme, em 2006. Em casos destes, perguntamo-nos se são os pais, mais do que os filhos, que procuram a fama, tentando realizar os seus sonhos através dos rebentos, roubando-lhes o direito a uma personalidade própria.

Segundo o pai, ser ator era o grande sonho de Jonathan, era-lhe mais importante do que a própria saúde. E a família apoiou-o, apesar de saberem que a vida dele estava constantemente em perigo, pois, o mais importante, seria saberem-no feliz. Neste caso, estaríamos perante pais corajosos, capazes de uma grande prova de amor, que os pais que se sentem donos dos filhos não estão em condições de dar.

Jonathan passava férias em Itália, com a família. No seu último serão, depois do jantar, no hotel, deram-se as boas-noites e o jovem foi para o seu quarto. O próprio pai o encontrou, no dia seguinte, morto, à entrada da casa-de-banho. E, apesar do desgosto, sente-se grato pelo tempo que lhe foi dado passar com o filho, ao classificá-lo como presente. Na minha opinião, uma bonita homenagem.


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