Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

26 de fevereiro de 2014

Arrependimentos

 Já por várias vezes li que, na iminênica da morte, as pessoas arrependem-se mais por aquilo que não fizeram do que pelo que fizeram. A australiana Bronnie Ware, que trabalhou vários anos como enfermeira em cuidados paliativos, confirma. Foi reunindo as suas experiências num blogue e, devido ao êxito alcançado, acabou por publicar o livro THE TOP FIVE REGRETS OF THE DYING - A Life Transformed by the Dearly Departing. Como o título indica, Bronnie Ware discorre sobre os cinco maiores arrependimentos dos pacientes que acompanhou.

1 - «Desejaria ter tido a coragem de viver a minha própria vida».
A autora chama a atenção para que muita gente passa a maior parte do tempo a fazer certas coisas, apenas por acreditarem que os outros esperam que elas façam.

2 - «Desejaria não ter trabalhado tanto».

3 - «Desejaria ter tido mais vezes a coragem de expressar os meus sentimentos».
Bronnie Ware escreve que, muitas vezes, recalcamos os nossos sentimentos para evitar discussões. Será que sempre se justifica?

4 - «Desejaria ter mantido o contacto com os meus amigos».

5 - «Desejaria ter-me permitido ser mais feliz».
A autora diz que todos nós temos a oportunidade de decidir quão felizes queremos ser, embora refira que as condições nem sempre são as melhores, como é o caso da pobreza, da falta de sucesso, ou mesmo da guerra.

Não há fórmulas de felicidade, mas penso que, de uma maneira geral, as pessoas não deviam ter tanto medo de procurarem satisfazer os seus desejos (desde que não se prejudique intencionalmente ninguém). E, em relação ao medo da morte, talvez ajude a última frase que um velho padre terá dito, ao morrer: «Agora, estou, acima de tudo, curioso»!*

* Lido na KirchenZeitung


2 comentários:

Bartolomeu disse...

Pelos vistos, o padre, não estava muito certo da doutrina que pregou.
Eu, sem pressas, reservo também alguma curiosidade; a qual, penso, irá aumentar, conforme for envelhecendo e o dia da "transformação" chegar.

Cristina Torrão disse...

É verdade, ele não estava certo. Mas, pelo menos, revelou possuir ironia ;)

Penso que, quanto mais envelhecemos, mais aprendemos a aceitar esta inevitabilidade. Felizes aqueles que morrem bem velhos. Desejo-te isso e a mim também ;)