Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

11 de setembro de 2014

Licor de Chamoa

Como já aqui referi, Afonso Henriques, quando ia pelos vinte e oito anos,  ter-se-á perdido de amores por D. Châmoa (ou Flâmula) Gomes, pertencente à alta nobreza galega. Os dois tiveram, pelo menos, um filho e o nosso primeiro rei talvez tenha tencionado casar com ela. Mas deparou com três grandes obstáculos:
1º Passado pouco recomendável para esposa de um monarca.
2º Sobrinha de Fernão Peres de Trava, o que queria dizer que o sucessor do nosso primeiro rei pertenceria, neste caso, à família galega que tantas dores de cabeça dera aos barões portucalenses.
3º Fizera-se monja em Vairão, depois de enviuvar, pelo que o casamento lhe estava proibido.

Se quiserem ler mais sobre este caso, por mim explorado no romance Afonso Henriques - o Homem, podem fazê-lo aqui, aqui e aqui.

Situei uma das cenas desta relação amorosa no castelo de Santa Maria da Feira. Soube agora que um empresário feirense ligado à restauração, Miguel Bernardes, liderou o processo de criação e produção do licor de Chamoa, lançado em agosto de 2013 e tornado na bebida oficial da Viagem Medieval, que se realiza todos os anos em terras de Santa Maria. É aromatizado com frutos silvestres, servido em pequenas porções (copinhos) e obedece a rituais muito próprios, associados ao histórico amor de Afonso Henriques e Châmoa Gomes.


 


O BizFeira, projeto de promoção e internacionalização de empresas e negócios de Santa Maria da Feira, tem vindo a promover o licor por todo o país e até no estrangeiro

Quem diria que o meu romance teria tanto impacto e serviria de tanta inspiração ;-)


5 comentários:

Bartolomeu disse...

Contaram-me há muito tempo a estória que uma mulher de virtude cuja fama provinha entre outros de produzir um certo líquido que, usado ao jeito de perfume, possuía a propriedade de atrair a pessoa desejada mas que não desejava.
Vieram mais tarde a descobrir que o tal "chamador" de amores usava como matéria-prima principal, o fluído menstrual.
Esperemos que esse empresário da Feira, tenha produzido um licor mais de acordo com as normas europeias de higiene e qualidade. É que se não, corre o rico de ter a ASAE à perna, mesmo que não sejam "chamados"... ;) ;) ;)

Cristina Torrão disse...

Enfim, há gostos para tudo...

Unknown disse...

Olá
Fiquei fascinada com este licor.Tenho como trazê-lo para o Brasil?Estou montando um espaço medieval alquímico,e este licor seria uma preciosidade
Obrigada
Angelita

Cristina Torrão disse...

Olá Angelita! Eu não sou responsável pelo licor, apenas o dou aqui a conhecer. Mas, mais tarde, lhe direi a quem se deve dirigir. Aguarde notícias minhas!

Cristina Torrão disse...

Enviei mensagem no facebook.
Beijinhos :)