Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

Opiniões

 Nota: publico aqui extratos das opiniões. Para as ler completas, clicar nos links indicados.






Iceman, no nlivros:

Simplesmente admirável! O que dizer de um romance histórico que me fez vibrar como poucos o conseguiram?

Num trabalho extraordinário de reconstrução da época, a autora é minuciosa e exacta nos factos históricos, nunca os adultera e sabe colocá-los na vida do dia a dia, construindo um percurso longo que culmina com o reconhecimento pelo Papa Alexandre III do título de Rei através da bula Manifestis Probatum.

(...) sem dúvida, o melhor (romance histórico) que li escrito por um(a) autor(a) português(a).


Manuel Cardoso, no Dos Meus Livros, opinião igualmente publicada no Destante:

Este livro é um verdadeiro exemplo do que deve ser um romance histórico porque consegue construir uma dramatização dos factos sem manchar a verdade histórica, ao mesmo tempo que revela uma especial sensibilidade na abordagem da dimensão psicológica na caracterização dos personagens.

(A autora possui sensibilidade para) compreender e exprimir a alma humana; os seus personagens são tão “humanos” que o leitor se envolve com eles, vivendo as suas paixões, o seu sofrimento e as suas alegrias.

Ao longo de toda a obra, CT desfaz-nos vários pré-conceitos, herdados do senso comum e de tradições literárias e cinematográficas.

Em relação a alguns aspectos mais controversos da vida de AH, em que a historiografia não dá respostas definitivas, CT contorna-os habilmente: o local de nascimento de AH, a localização exacta da batalha de S. Mamede ou a “prisão” de D. Teresa no Castelo de Lanhoso.

Outro aspecto muito importante, muito bem explanado por CT é este: o nascimento de Portugal está umbilicalmente ligado à afirmação da diocese de Braga face a Santiago de Compostela e a Toledo, capital hispânica da cristandade. Ao longo do livro é notória a influência do arcebispo de Braga, D. João Peculiar.


Não é difícil perceber que considero esta obra brilhante! Mas gostava de finalizar este comentário com a referência a um episódio que bem demonstra o espírito da obra e que é, a meu ver, um dos pontos mais altos da narrativa: o momento em que Afonso Henriques, gravemente ferido no desastre de Badajoz, é assistido por um brilhante físico (médico) muçulmano. Nesse momento, AH reconhece o absurdo da guerra religiosa, comprometendo-se perante a sua consciência a respeitar a população muçulmana.


Paula, no ...viajar pela leitura..., opinião também publicada no Destante:

Um aspecto que me parece muito importante nesta obra é o facto de a autora não cair na armadilha da velha estória dos bons e dos maus. A nossa tradição e a nossa educação veneraram os guerreiros cristãos como heróis que lutaram contra os terríveis muçulmanos. Na verdade, nem os cristãos eram santos nem os muçulmanos eram terríveis; todos eram homens de carne e osso, com as suas qualidades e fraquezas. É muito interessante verificar neste livro como o povo e os próprios exércitos conviviam pacificamente (mouros e cristãos) quando não havia batalhas a travar. De resto, assim como aqui não há bons nem maus, também não há heróis nem bandidos; os nossos guerreiros cristãos muitas vezes punham em prática estratégias que de cristãs pouco tinham, arrasando aldeias e cidades, destruindo colheitas, violando mulheres, saqueando, etc.

Carla Ribeiro, n'As Leituras do Corvo:

Afonso Henriques enquanto homem, capaz de sentir, de errar e de amar, como qualquer outro ser humano. E é esse lado do rei, essa figura do homem em luta por um sonho maior que ele próprio, que autora apresenta neste romance. (...) desde uma abertura intensa que cria para com ele uma empatia quase imediata, aos momentos em que o seu temperamento se manifesta, passando por rasgos de sensibilidade que servem também para mostrar o seu lado humano e, como tal, por vezes vulnerável. (...) dividido entre a necessidade de sentir (esta particularmente evidente nas situações ligadas aos filhos, legítimos e ilegítimos) e a força que dita, pelo bem de um sonho maior, que o orgulho deve prevalecer.

Joana Dias, no Páginas com Memória:

Não lhe interessa contar uma história que já foi centenas de vezes contada sobre os feitos heróicos de D. Afonso Henriques, interessa-lhe sim contar quem foi o homem de carne e osso por trás do herói.

Outra personagem que nos é apresentada de forma convincente e elucidativa é D. Teresa, geralmente apresentada ora como uma vítima do filho que a prende, ora como uma víbora e má mãe que desgraça a memória do defunto marido e se vira contra o próprio filho. D. Teresa não é nenhuma das duas coisas (...) É antes uma mulher de quem o filho herda grande parte do feitio, que tem uma personalidade invulgarmente forte e lutadora para as mulheres da época (...) que acredita que luta pela sua herança pois o Condado Portucalense pertencia originalmente ao seu pai. Morto o marido ela vê-se como herdeira legítima, por direito de sangue.

Não existem por parte da autora julgamentos de valor relativamente aos povos e aos personagens. Ela não diz se é D. Afonso ou D. Teresa quem tem razão na luta, não nos diz quem são os heróis ou os vilões da história (...) o que existe são personagens de carne e osso, com diferentes motivações, que não os tornam melhores nem piores. E é isso que torna este livro único: não estereotipar tudo e todos.


Excertos do romance aqui.





Sara Barros, dos Desabafos Agridoces (texto igualmente publicado em Dos Meus Livros):

Cristina Torrão dá-nos uma visão diferente deste monarca: ela tira-o do pedestal e atribui-lhe uma dimensão humana.

Assim, mais do que factos impessoais a autora dá especial destaque à esfera privada de D. Dinis: a relação conturbada com Isabel, tão ascética e tão pouco dada aos prazeres da vida, a relação com o irmão sempre a cobiçar-lhe o trono…

Isabel desce também um pouco do pedestal de Santa é retratada como uma mulher que apesar de tentar suportar tudo com penitência também sente ciúmes e se enfurece, especialmente quando vê que o filho não recebe aquilo que lhe devido…

Em suma trata-se de um romance histórico onde o lado humano é o mais valorizado e por isso nos prende às suas páginas. Não estamos perante figuras distantes que sintam coisas que nos sejam desconhecidas. Estamos perante invejas, pequenos e grandes ódios, amores, traições…


Joana Dias, do Páginas com Memória:


Seria fácil para a autora cingir-se ao cognome do rei e abordar toda a questão subjacente ao pinhal de Leiria. No entanto, mais do que um vislumbre à obra do monarca (e esta não se resumiu “apenas” ao plantar do pinhal de Leiria) a autora opta por dar ao leitor uma visão do homem.

A autora revela-nos as diversas facetas do soberano: o homem apaixonado e artístico, o escolástico responsável pela criação da Universidade de Coimbra e também o guerreiro (...) não podemos deixar de acreditar que a autora tenta passar uma mensagem de esperança para estes tempos: não só apelando ao orgulho histórico português, como demonstrando que homens comuns, com falhas e de todo longe de um ideal podem deixar uma obra duradoura, um património de o qual todos se podem orgulhar.



Paula, do ...viajar pela leitura..., opinião também publicada no Destante:

A interpretação do amor entre Dinis e Isabel é conseguida de forma brilhante por Cristina Torrão (...) Dinis, um homem apaixonado mas que nunca conseguiu adequar o seu carácter à santidade da esposa (...) era um homem que gostava dos prazeres mundanos. Mas isso não o impediu de nutrir, até à hora da morte uma enorme paixão pela sua rainha, que ele admirava acima de tudo.

A rainha D. Isabel é apresentada neste livro de forma encantadora: é enternecedor o amor que ela sentia pelo povo, desde o momento em que chegou a Portugal, com apenas 12 anos.

Na parte final do seu reinado, D. Dinis confronta-se com o limite precário entre a autoridade e a arrogância. Exagerando no seu papel de justiceiro, o Rei vê-se confrontado com a oposição do próprio herdeiro do trono, dando ao livro um final verdadeiramente emocionante.

Um romance histórico de excelente qualidade literária, a merecer maior divulgação.


Manuel Cardoso, do Dos Meus Livros, opinião igualmente publicada no Destante:

Estávamos numa época de charneira no plano cultural: o advento da arte gótica na Península, a escola de tradutores de Toledo que divulgava a cultura clássica, a promoção das línguas nacionais, a afirmação das Universidades, etc, construíram um ambiente cultural que, num contexto de laicização crescente da cultura, anunciavam uma espécie de pré-renascimento.

Com grande cuidado na fidelidade à verdade histórica, a autora presenteia-nos com um romance histórico de rara qualidade.

A sua política (de D. Dinis) foi, de facto, brilhante por ter sido “revolucionária” em três planos: político, económico e social (...) Mas a parte final do seu reinado acabou por ser problemática (...) Dinis teria grandes desafios a enfrentar (...), que Cristina Torrão narra com grande envolvência dramática, conferindo a este livro uma riqueza literária impressionante.

O encanto da Rainha Santa, a coragem de Dinis e a tremenda teia de interesses que se gerava nos reinos ibéricos são aspectos que Cristina Torrão desenvolve com mestria, tornando este livro indispensável a quem aprecia a literatura de qualidade. Uma surpresa muito agradável mas também um verdadeiro manual de história em forma de romance.

O contraste com o carácter rígido mas também mundano de Dinis dá à descrição da Raínha Santa um encanto especialíssmo. Chega a ser comovedora a forma como Cristina Torrão nos apresenta esta grande Raínha.

Carla Ribeiro d' As Leituras do Corvo:

(A autora) apresenta o retrato de D. Dinis no seu mais humano, com os seus conflitos, as suas dúvidas e as suas predilecções (...) os poderosos picos de emoção provocados por situações como o encontro final entre Dinis e o seu irmão e, principalmente, o belíssimo capítulo final deste livro fazem com que a leitura nunca se torne maçadora (...) uma história envolvente sobre um jovem que, para ser soberano, acaba por afastar de si parte do que significa ser simplesmente homem.

Maria Manuel, do Marcador de Livros:

Um livro que se lê de um trago e, ao contrário de alguns livros históricos, isso acontece devido a uma narrativa bastante envolvente. A autora não se centrou num aspecto de D. Dinis, mas aproveitou tudo o que ele tinha de bom.

Clube dos Livros:

É uma obra com um enredo interessante, bastante cativante, um livro excelente criado pela autora, acerca de um rei empreendedor e inovador.

Iceman, do nlivros:

Embora eu aprecie a descrição da barbárie das batalhas da Idade Medieval, tenho que reconhecer que esta obra é sublime na descrição da época e na forma como “pinta” os seus protagonistas, a maioria dos quais, para não dizer todos, não se faz ideia de como foram no aspecto físico. No entanto a autora descreve-os, de uma forma geral, e traça-lhes o perfil psicológico e moral de uma forma justa e que, em alguns casos, chega a ser comovedora. Ou seja, a autora é mais uma vez exímia na forma como preenche com ficção os factos Históricos, “pegando” no que se sabe da época e dos personagens, a autora vai tecendo um trama magnífico que se transforma num romance histórico brilhante, de uma excelente qualidade literária.


Excertos do romance aqui.




Carla Ribeiro, n'As Leituras do Corvo:

Escrita cativante e uma história rica em aventura e mistério são duas das melhores características deste livro em que a história particular de Konrad e Aischa se junta à visão mais global da história da conquista de Lisboa e das barreiras culturais que, na época, opunham cristãos a muçulmanos, para dar forma a uma narrativa envolvente, com uma boa caracterização do contexto histórico e um equilíbrio muito bem conseguido entre romance, mistério e conflito.

Carla M. Soares, em Monster Blues:

As personagens são credíveis e cria-se empatia com elas.

Também o contraste entre a cultura e religião cristã e muçulmana está delicioso, a autora consegue mostrar o positivo e o negativo sem tomar partido.

Paula, em Viajar Pela Leitura:

A beleza deste romance consiste, em grande parte na emoção com que Cristina Torrão nos descreve a luta deste homem em busca da felicidade. Um cristão e uma muçulmana mostram que o amor é uma linguagem universal e que a convivência entre diferentes povos e religiões é e foi sempre possível.
Para quem, como eu, não tem conhecimentos muito profundos da História de Portugal, este livro é uma excelente forma de conhecer as origens do nosso país.

Manuel Cardoso, em Dos Meus Livros:

Levantado do Chão de José Saramago e Vagão J de Vergílio Ferreira foram livros que me marcaram. Porquê? Pela sua singeleza, pelo encanto que é recuar às origens de um génio; da mesma forma, a leitura deste livro de Cristina Torrão, que marca o arranque da sua carreira literária, é uma experiência interessante.
Emana deste pequeno romance o perfume de um humanismo notável. Já neste primeiro livro, Cristina Torrão faz a apologia de uma convivência pacífica entre cristãos, mouros e também judeus, em torno de uma espécie de panteísmo, como se o Deus de todos os povos fosse um e único.
Um aspecto curioso desta obra é o seu carácter didáctico: que proveitoso seria se este livro fosse lido por todos os estudantes de história. A linguagem utilizada torna-o acessível a qualquer grau do ensino  e a beleza com que a ficção adorna a verdade histórica torna este livro muito atractivo e de fácil leitura.


Joana Dias, em Páginas com Memória:

A autora ao escrever o seu romance histórico escolheu uma óptima época e cenário e apresenta-os em toda a sua glória, enchendo-os de mistério, aventura, romance e intriga.
Este livro é um thriller medieval em toda a acepção da palavra, mas consegue ser ainda mais do que isso porque nos oferece um romance proibido emocionante bastante perigoso.
O livro prendeu-me da primeira à ultima página, sem tempos mortos, transportando-me numa viagem no tempo inesquecível.

Excertos do romance aqui.

2 comentários:

editor69 disse...

Cristina emprestei a um amigo meu que nem é de ler e ADOROU.
Quer ver o filme ahaha ;)

Cristina Torrão disse...

Editor, obrigada pelo apoio e incentivo constantes. E também não me esqueço do filme ;)