Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.
16 de março de 2016
Cantiga de Amor de Dom Dinis (com excerto do romance)
Quer’ eu em maneira de proençal
fazer agora um cantar d’ amor,
e querrei muit’ i loar mia senhor
a que prez nem fremosura nom fal,
nem bondade; e mais vos direi em:
tanto a fez Deus comprida de bem
que mais que todas las do mundo val.
Dinis escrevia cantigas à moda provençal, louvando a senhor que provava ser melhor do que todas as outras, não lhe faltando formosura, bondade, sabedoria, afabilidade e bom senso:
Ca mia senhor quiso Deus fazer tal,
quando a fez, que a fez sabedor
de todo o bem e de mui gram valor,
e com tod’ esto é mui comunal
ali u deve; er deu-lhi bom sem,
e desi nom lhi fez pouco de bem
quando nom quis que lh’ outra foss’ igual.
Ca em mia senhor nunca Deus pôs mal,
mais pôs i prez e beldad’ e loor
e falar mui bem, e riir melhor
que outra molher; desi é leal
muit’, e por esto nom sei hoj’ eu quem
possa compridamente no seu bem
falar, ca nom há, tra-lo seu bem, al.
Dinis deixara de ver defeitos em Isabel. Na sua serenidade e temperança, a rainha conferia uma harmonia rara à sua vida, como se ele houvesse encontrado uma paz há muito desejada.
Nota: Todas as Cantigas de Amor transcritas no meu romance são originais de Dom Dinis, embora seja fictício o contexto em que são inseridas.
O romance pode ser adquirido na Leya Online e na Wook.
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