Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

19 de janeiro de 2016

Na Berma de Nenhuma Estrada





São trinta e oito contos de Mia Couto, muito curtos (no máximo, cinco páginas), selecionados de entre publicação dispersa por jornais e revistas. É escusado salientar a qualidade literária das obras deste escritor moçambicano, um dos maiores vultos atuais da literatura em língua portuguesa. Uma das suas marcas é a criação de palavras, tantas, que não vale a pena listar aqui, nunca conseguiria referi-las todas. Opto por referir a minha preferida (pelo menos, neste livro): “tristemunha”.

A escrita é muito densa, as imagens e metáforas sucedem-se umas às outras, no que subsiste sempre o perigo de se tornarem vulgares. Para mim, foi igualmente interessante sentir a mentalidade e o modo de vida africanos, pelos quais tenho grande curiosidade. Não posso, porém, dizer que os contos me tenham cativado. Uma coisa é reconhecer a qualidade literária, outra coisa é encontrar uma leitura que realmente nos envolva. Houve um conto do qual gostei muito: Prostituição Auditiva. Gostei bastante de mais quatro ou cinco, mas o resto de facto não me cativou particularmente.

Foi o primeiro livro que li de Mia Couto e acho que, da próxima vez, experimentarei um romance. Quem sabe, não fique tão desiludida…


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