Karl May (1842/1912) é objecto de culto na Alemanha. Escreveu mais de 100 livros de aventuras, situados no Oeste Americano, no Oriente, na China e na América do Sul. Muitos destes livros foram adaptados ao cinema, ao teatro e à banda desenhada. Karl May escreveu ainda poesia e compôs música.
A sua vida, no entanto, não decorreu sempre pacífica. Antes de conhecer a fama, foi algumas vezes preso, por roubos e vigarice (seja lá o que isto quer dizer). No total, passou sete anos na prisão, pelo que teve de desistir da sua profissão de professor e errou pelo país, como um vagabundo. Só depois de arranjar emprego numa editora de Dresden, em 1875, escrevendo histórias de aventuras para revistas, a sua vida se modificou. A partir de 1892, os seus escritos começaram a ser editados em livro, fazendo dele um homem rico.
Karl May, no entanto, vendia aquelas histórias como verdadeiras, ou seja, alegava conhecer todos aqueles lugares e ter vivido muitas daquelas aventuras. Na verdade, só depois de enriquecer, ele teve ocasião de fazer essas viagens e a sua imagem ficou bastante danificada, quando os seus fãs tomaram conhecimento.
No post acima referido, a Teresa chamou-me a atenção para o facto de Hitler ter sido um grande fã de Karl May e remeteu-me para a Wikipedia:
Adolf Hitler was an admirer, who noted that the novels "overwhelmed" him as a boy, going as far as to ensure "a noticeable decline" in his school grades.
Hitler later recommended the books to his generals and had special editions distributed to soldiers at the front, praising Winnetou (chefe índio, um dos personagens dos seus livros) as an example of "tactical finesse and circumspection", though some note that the latter claims of using the books as military guidance are not substantiated.
Porém, a mesma página chama a atenção para o seguinte:
In his admiration Hitler ignored May's Christian and humanitarian approach and views completely, not mentioning his – in some novels – relatively sympathetic description of Jews and persons of non-white race.
E é verdade que as personagens de Karl May revelam tolerância, respeitando as outras religiões. Há mesmo uma aproximação ao islamismo, no chamado "Ciclo Oriental" (Orient Zyklus), pese embora uma certa tendência moralista, aliás comum no século XIX, que leva o escritor a terminar alguns romances com a conversão de pessoas de outros credos ao Cristianismo.
Na Wook, só encontrei livros de Karl May em inglês, ou castelhano.