Cresci com o mar à beira dos olhos. Nunca vivi sem ele. Faz-me falta como ar - são palavras de Pedro Rolo Duarte, que me recordaram a falta que o mar me fazia, nos meus primeiros tempos na Alemanha.
Na verdade, até sou uma privilegiada, estou a cerca de 90 km da foz do rio Elba, que desagua no Mar do Norte, numa cidade chamada Cuxhaven. É lá que os navios entram nesse rio, a fim de atingirem o famoso porto de Hamburgo.
Estava cá há cerca de meio ano, quando disse ao meu marido que tínhamos de lá ir, pois, apesar de ainda ser Inverno, eu queria ver praia: a areia e o mar.
Lá chegados, a expectativa era grande, ao estacionarmos o carro. A praia não se avista da estrada, é preciso subir a a um dique, em certos sítios até existem escadinhas. Subi-as ansiosa, mas, chegada ao cimo... a desilusão! Vi areia, mas não vi mar nenhum!!!
"Isto é que é a praia?" perguntei. "Onde está o mar?"
"Bem", respondeu o meu marido, "é maré baixa."
"E depois?"
"O mar recua vários quilómetros, deixa de se ver."
Uma destas!
Fomos consultar a tabela das marés e constatámos que demorava algumas horas a vir o mar. Tivemos de ir embora, sem o ver., o que, na altura, muito me desiludiu.
Entretanto, já lá fui mais vezes e vi o Mar do Norte, até já banhei nele. Claro que não se compara ao Atlântico, só se formam ondas quando há tempestades, isto é, Outono/Inverno. Mas esta coisa de haver uma grande diferença entre a maré alta e a baixa tem as suas vantagens.
Aqui, uma fotografia, numa altura em que a água começa a desaparecer:
Permite-nos ir até bem longe da praia. No sítio onde tirámos esta, a água dava-nos apenas pelos tornozelos:
Aqui, um aspecto da praia, que, em vez de barracas, tem estes bancos protegidos por uma espécie de concha, chamam-se Strandkorb ("cesto" de praia):
A água desaparece por completo, permitindo organizar passeios e excursões no sítio onde, pouco tempo antes, se podia nadar. Ao largo de Cuxhaven, há uma ilha, a cerca de 11 km da costa, que se pode atingir a pé, ou nestas carroças castiças, puxadas por cavalos:
Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.
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6 de janeiro de 2012
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