É sábio quem sabe muito? Ou seja: basta reunir muitos conhecimentos no nosso cérebro para nos tornarmos sábios? E como se distingue o sábio do génio?
Num artigo de jornal, gostei da tentativa de explicação da psicóloga alemã Judith Glück. Na sua opinião, há duas características imprescindíveis numa pessoa que se quer sábia: o querer fazer o bem aos outros e a consciência de que não sabe tudo, mesmo quando sabe muito.
Podemos saber muito, ou seja, ter reunido muitos conhecimentos, mas, se não nos abrirmos à perspetiva do próximo, dificilmente seremos sábios. O mesmo acontece se não tivermos consciência de que há muita coisa na vida que não poderemos controlar, nem saber. Por isso, Judith Glück aconselha-nos a não perdermos a capacidade de nos questionarmos a nós próprios e tudo aquilo que nos rodeia, além de nos mantermos abertos às ideias dos outros.
Outros dois psicólogos, professores universitários, Ursula Staudinger e Paul Baltes (referenciados no mesmo artigo de jornal), estabeleceram as cinco bases da sabedoria: saber relacionar contextos, agir com sensatez, reconhecer a diferença entre a relatividade e o absoluto, incluir o contexto ao julgar determinada atitude ou acontecimento, ter consciência da própria ignorância.
Apesar de soarem um pouco abstratos e, por vezes, relativos (o que é sensatez?), estes cinco pressupostos podem constituir uma boa base de reflexão. E, ao refletirmos sobre o que nos dizem, ou algo que lemos, revelamos abertura para a perspetiva dos outros, ou seja, o primeiro passo para nos tornarmos sábios.
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