«Afonso cumpriu o ritual dos cavaleiros da alta nobreza, guerreiros divinos ao serviço de Deus, purificando o corpo e a alma: jejuou um dia inteiro e passou a noite em vigília na igreja de São Salvador de Zamora, estando a catedral ainda a ser construída.
Meu filho armou-se a si próprio cavaleiro, tomando pela sua mão as armas que se encontravam sobre o altar, benzidas pelo bispo Bernardo de Périgord, realçando assim a sua condição de infante, filho de rainha, neto de imperador. Foi uma cerimónia parca de testemunhas, mas mui intensa para nós, imbuídos do espírito de Henrique, que parecia pairar sobre nossas cabeças como as línguas de fogo do Espírito Santo sobre as dos apóstolos».
In Memórias de Dona Teresa (Poética Edições 2018)
Nota: embora não se saiba a data da investidura de D. Afonso Henriques, muitos historiadores apontam para o Pentecostes (altura preferida, naquele tempo), dos anos 1125 ou 1126.
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