Apesar de todas as desilusões, neste ano de 2021, resolvi recordar momentos felizes. Na minha estadia alargada em Portugal, no verão passado, senti como se tivesse regressado aos tempos “antigos”. Convivi despreocupadamente e sem máscara com os meus pais, outros familiares e amigos. A partir de Macedo de Cavaleiros, fiz algumas viagens: Porto, Gaia, Espinho, Feira e Óbidos (onde passei um dia maravilhoso em casa do escritor João J. A. Madeira). Visitei finalmente a pequena localidade espanhola de Fonfría, na província de Zamora, berço de uma minha bisavó, que, por qualquer razão, atravessou a fronteira com os pais, ainda pequena, acabando por se estabelecerem na também pequena aldeia transmontana do Lombo, com vista para o Santuário de Balsamão.
Houve um outro passeio especial, a Ponte de Lima.
Não só ficámos a conhecer essa linda vila minhota (eu já lá tinha estado, mas em criança e de pouco me recordava), como também travámos conhecimento com um escritor alemão radicado naquela zona, apreciador de vinho verde tinto, e o qual já, por três vezes, aqui referi.
Sob o pseudónimo Mario Lima, publicou, até agora, três policiais passados na cidade do Porto, criando uma simpática equipa da PJ, chefiada pelo carismático inspector Fonseca. Para além do suspense criado nos seus enredos, Mario Lima revela grande talento na descrição da atmosfera da cidade nortenha. Infelizmente, os seus livros existem apenas em língua alemã, mas, quem sabe, talvez alguma editora portuguesa ainda se interesse por eles.
Aproveito para agradecer a simpatia e a disponibilidade do “Mario” e da Birgit, naquele lindo dia de setembro. E, mesmo que o novo ano não nos traga o fim da pandemia, espero poder viver momentos tão agradáveis como estes.
Não se esqueçam: a vida é, sobretudo, aquilo que fazemos dela.