No passado dia 11 de Janeiro, publiquei aqui uma fotografia de D. Dinis, depois de ter sido feita a reconstrução do seu rosto. Entretanto, e como há gente que, como eu, se entusiasma por estes assuntos, encontrei esta foto-montagem, no Facebook, que lhe dá mais majestade. Penso, assim, ser mais fácil admitir haver D. Dinis tido este aspecto, nos últimos anos da sua vida.
A reconstrução do rosto do rei-poeta foi apresentada no dia 7 de Janeiro, por ocasião dos 700 anos da sua morte, depois de terem sido analisados os seus restos mortais. E no decorrer deste ano, estão previstos vários eventos que recordarão e darão mais informações sobre este importante monarca.
Ora, em 2016, eu criei um blogue para ir acompanhando D. Dinis ao longo de um ano, realçando datas importantes do seu reinado. Decidi, por isso, aproveitar muito desse material para igualmente fazer de 2025 um ano de D. Dinis, aqui no Andanças. Tendo falhado este mês que está a chegar ao fim, começarei a recordar essas datas a partir do próximo, ficando Janeiro para 2026.
D. Dinis é conhecido por ter sido poeta, fundador da Universidade portuguesa (aliás em Lisboa e não em Coimbra) e mandado plantar o pinhal de Leiria, o principal motivo para lhe darem o cognome de Lavrador.
Na verdade, o sexto rei de Portugal não terá mandado plantar apenas aquele pinhal. Na Idade Média, gastavam-se quantidades exorbitantes de madeira e o desaparecimento das florestas era já um problema. O pinheiro bravo é das árvores que mais rapidamente cresce e, por isso, D. Dinis teria optado pela sua plantação em vários locais. Além disso, foi um grande impulsionador de todo o tipo de agricultura.
Mas o cognome de Lavrador não lhe faz justiça. D. Dinis foi igualmente um grande impulsionador do comércio, da pesca, da exploração mineira e um extraordinário legislador, além de ter expandido a fronteira portuguesa para leste do Guadiana, conseguindo ainda a inclusão da região de Ribacoa no reino. A fundação da Universidade e a sua poesia não foram igualmente os seus únicos contributos culturais. Ao decidir adotar o português como língua oficial dos documentos régios (que até à altura eram redigidos em latim, ou em galaico-português), D. Dinis contribuiu para a uniformização do idioma, dando condições para o seu desenvolvimento, pois diminuiu as enormes diferenças regionais. Pode-se dizer que, até ao início do século XIV, se falavam várias várias línguas; no nosso país. Dificilmente um nortenho entenderia um lisboeta, ou um sulista (e vice-versa). D. Dinis deu o primeiro passo para que a língua portuguesa se uniformizasse.
Ao longo deste ano, iremos conhecer melhor este monarca.
Nota: as minhas informações sobre D. Dinis baseiam-se na sua biografia, escrita pelo Professor José Augusto de Sotto Mayor Pizarro (Temas e Debates 2008).
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