LEVANTAMENTO DO INTERDITO
D. Dinis na sua corte (ignoro qual o autor desta imagem)
Ao ser aclamado rei, em Fevereiro de 1279, com apenas dezassete anos, D. Dinis herdou um reino sob interdito. E foram longas e difíceis as negociações com a Santa Sé, até o papa Nicolau IV decretar o seu fim, em 1290.
Naquele Estio, festejou-se na corte portuguesa um grande acontecimento: Nicolau IV levantou, a 30 de Junho, o interdito a que o reino estivera sujeito mais de vinte anos.
Podiam finalmente abrir-se as igrejas, celebrar-se os Ofícios Divinos, proceder-se aos sacramentos, coisas que, para uma grande parte da população, não passavam de memórias longínquas, para não falar dos que nunca haviam assistido a tais procedimentos. Haviam-se desenvolvido cultos populares misturados com ritos pagãos.
Curiosamente, Isabel interessava-se muito por esses cultos, fazia inclusive planos de, nas suas vilas, integrar alguns nas celebrações oficiais da Igreja. A rainha era sensível a tudo o que fosse espiritual, sentia-se responsável pela salvação das almas das populações e tencionava supervisionar pessoalmente a reorganização das igrejas locais.
(Do meu romance Dom Dinis, a quem chamaram O Lavrador)
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