Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

18 de novembro de 2012

Naquele Tempo (11)


(...) depois dos clérigos da chancelaria régia e, logo a seguir, dos clérigos em geral, cuja formação específica os induzia a formularem mais facilmente conceitos abstractos, aquele grupo social que mais rapidamente adquiriu consciência de uma certa identidade nacional (em termos obviamente diferentes daqueles que viriam a impor-se no século XIX) foi a nobreza. E dentre as diversas categorias da nobreza, naturalmente, em primeiro lugar os vassalos régios, os membros da corte e os que de alguma maneira dependiam do rei, como eram, por exemplo, os alcaides e os ricos-homens governadores de terras. Como veremos adiante por meio de vários indícios, este facto não significa que a consciência da identidade nacional fosse, entre os nobres, exactamente igual à de hoje.
Com efeito, essa consciência não resultava apenas do vínculo ao rei por parte dos súbditos, como vassalos que eram. Nascia igualmente da contraposição aos nobres dos outros reinos peninsulares. Esta contraposição não se concebia, porém, em termos por assim dizer «nacionalistas».

A nobreza medieval portuguesa no contexto peninsular, página 312

2 comentários:

São disse...

Gosto de temas medievais.

O buraco do Marão...ou Portugal esburacado?

Um bom serão

Cristina Torrão disse...

Obrigada, igualmente.