Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

8 de novembro de 2017

A Paixão do Conde de Fróis




Trata-se de um romance histórico com a qualidade literária a que Mário de Carvalho nos habituou.

No século XVIII, ao tempo do rei D. José e do Marquês de Pombal, o jovem conde de Fróis envolve-se num crime, em Lisboa. O prestígio do pai evita que vá para a cadeia, mas é desterrado para a longínqua praça de S. Gens. O pai, que não vê o filho estouvado responsável por uma praça militar, por mais pequena e insignificante que seja, pede ao capelão da família que o acompanhe e olhe por ele, coisa que o clérigo faz muito contrariado.

A viagem é longa e desconfortável. E ainda mais desconfortável é o local onde aterram. O capelão diz mal da sua vida. O jovem conde, porém, surpreende tudo e todos, levando a sua missão muito a sério e impondo disciplina naquele fim do mundo.

Contudo, se o clérigo, apesar do desconforto, julgava levar ali vida pacata, engana-se, pois é declarada guerra entre Portugal e os exércitos coligados de Espanha e França. E a insignificante fortaleza ganha uma certa importância, devido à sua localização raiana, perto de Miranda do Douro. O jovem conde tudo faz para a defender, indo muito para além do que lhe é exigível, e instala-se uma guerra de cerco feroz e movimentada.

Mário de Carvalho, dono de fina ironia, é exímio na narração dos acontecimentos e na criação de personagens com as suas virtudes, fraquezas e contradições.


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