Trata-se de um romance histórico com a qualidade
literária a que Mário de Carvalho nos habituou.
No século XVIII, ao tempo do rei D. José e do Marquês de
Pombal, o jovem conde de Fróis envolve-se num crime, em Lisboa. O prestígio do
pai evita que vá para a cadeia, mas é desterrado para a longínqua praça de S.
Gens. O pai, que não vê o filho estouvado responsável por uma praça militar,
por mais pequena e insignificante que seja, pede ao capelão da família que o
acompanhe e olhe por ele, coisa que o clérigo faz muito contrariado.
A viagem é longa e desconfortável. E ainda mais
desconfortável é o local onde aterram. O capelão diz mal da sua vida. O
jovem conde, porém, surpreende tudo e todos, levando a sua missão muito a sério e
impondo disciplina naquele fim do mundo.
Contudo, se o clérigo, apesar do desconforto, julgava levar
ali vida pacata, engana-se, pois é declarada guerra entre Portugal e os
exércitos coligados de Espanha e França. E a insignificante fortaleza ganha uma
certa importância, devido à sua localização raiana, perto de Miranda do Douro. O
jovem conde tudo faz para a defender, indo muito para além do que lhe é
exigível, e instala-se uma guerra de cerco feroz e movimentada.
Mário de Carvalho, dono de fina ironia, é exímio na
narração dos acontecimentos e na criação de personagens com as suas virtudes,
fraquezas e contradições.
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