que súbita asa
me devolve esta alegria
casta
de senti-la?
longínquo eco a ressoar
na fascinação da lembrança
dispo as vestes deste reino
para onde me transmigrei...
[ingénua utopia!]
e regresso
para poder abraçá-la
e merecê-la, por um dia.
sujar os bibes brunidos
desprezar os sapatos de
verniz
trepar às árvores, aos
muros
não ouvir o que avó diz.
esfolar um joelho no chão
perseguir gatos e pássaros
como fazia meu irmão
a gastar a infância
até ao último sopro da
ilusão.
mas tu és menina
e
uma menina não… e
não…
e não… e não…
regresso,
para poder abraçá-la
para lhe pedir perdão.Lídia Borges
(publicado em 15 de Fevereiro de 2015, no blogue Searas de Versos)
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