«A vida escreve as melhores histórias» - a frase
poderia servir de mote a este livro que nos conta um crime ocorrido a 26 de
Julho de 1917, na Casa das Quintãs, mais conhecida por Solar dos Malafaias, em
Serrazes, concelho de S. Pedro do Sul. Seria difícil engendrar crime mais
obsoleto e insólito, um crime que destruiu uma família, não só pela perda de um
dos seus membros, mas também pela campanha de difamação que se lhe seguiu,
crime perpetrado por ganância e, podíamos dizer, também por mero capricho, motivado
por uma psique doente e manipuladora. É um bom exemplo da obscuridade da mente
humana.
O livro tem uma parte ficcional e outra factual, o que
o torna aliciante, tanto como romance, como objeto de estudo. Até à ocorrência
do crime, António Breda Carvalho apresenta-nos a família dos Malafaias e
narra-nos acontecimentos ao estilo de romance de época, no seu modo assertivo e
literário, ao mesmo tempo (ver também O
Fotógrafo da Madeira e Os
Azares de Valdemar Sorte Grande).
Também a descrição do crime tem
alguns elementos ficcionais, embora menos do que na parte anterior. O livro é, enfim,
completado com a transcrição de alguns depoimentos dos criminosos, de atas de
audiências e dos dois julgamentos, de notícias da imprensa e de cartas escritas
por um dos criminosos. Verifica-se uma campanha de difamação da família dos
Malafaias que conseguiu manipular a opinião pública, pondo-a do lado dos
assassinos!
Trata-se de uma história fascinante, que podia servir
de base para um filme, ou uma série. O livro encontra-se à venda na Amazon, em
papel e em formato ebook:
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