Decidir
a própria morte era um dos pecados mais terríveis, retirava o direito a funeral
e a uma campa na terra sagrada do cemitério. Mas a ideia de solução extrema, quando
o desespero se tornava insuportável, aliviava-a e ela acabou por adormecer.
Sonhou
que se atirava ao Arda, via-se a deixar este mundo, entrando noutro, que a
deixava imune ao sofrimento…
Acordou,
de repente, sem saber se tinha dormido horas, ou apenas passado pelo sono. E o
desassossego regressou com tal intensidade, que não conseguiu permanecer
deitada. Como se uma força misteriosa a dominasse, fazendo-a perder a
influência sobre os seus movimentos, saiu de casa, envolta apenas na sua camisa
de dormir, descalça e de cabelo pelas costas. Pôs-se a caminho do rio, descendo
a encosta íngreme, por entre os castanheiros e os carvalhos.
Estava
um dia lindo de Primavera, os fenos despontavam num verde ainda tenro. Mas
ela caminhava sem se dar conta do brilho do sol e do chilrear dos pássaros.
Movia-se alheia a tudo, como se vivesse num outro mundo, em direcção a um dos
raros bancos de areia, no curso do Arda, onde ela e as irmãs costumavam ir
lavar roupa.
Lá
chegada, dirigiu-se à água, sem se dar ao trabalho de levantar a camisa, que
lhe chegava aos pés.
olha que bem.
ResponderEliminarObrigada :)
ResponderEliminarHum, mas que bonito. Pré-publicação de...?
ResponderEliminarGostei! :)
ResponderEliminarAguardo ansiosamente a continuação...
Bj
Olinda
Carla, trata-se do livro que ando a escrever desde Outubro e que ainda não sei quando será publicado. Na melhor das hipóteses, no fim deste ano.
ResponderEliminarHesitei muito, antes de tomar esta decisão, mas resolvi publicar pequenos extractos, que, no entanto, pouco dirão sobre o enredo e evitarei revelar nomes de personagens. A única coisa que posso dizer é que também é um romance histórico medieval ;)
Olinda, obrigada :)
Gostei!
ResponderEliminarEntão temos outro sucesso literário em germinação, Cristina?!
ResponderEliminarPela pequena amostra que nos ofereces, percebe-se que a história é intensa e o cebnário onde decorre, é edílico.
O rio Arda, um afluente do Douro, possui paisagens maravilhosas capazes de emprestar algum brilho àquele que consegues irradiar nas tuas escritas.
Esperemos então, ansiosamente pelo surgimento desse romance que promete.
Ah! E já agora, deixo uma sugestão; podias fazer o lançamento do livro em Castelo de Paiva, local onde o Arda, desagua no Douro.
Até já estou a imaginar a cena... tu, sentada à sombra de uma frondosa árvore, rodeada de amigos e leitores, dando autógrafos e oferecendo dedicatórias aos teus fãs e eu... junto ao grelhador a assar a bela fêbra para em seguida fazermos todos um mega-pic-nic.
Hmmmm?
Ai não! A primeira edição esgota logo no primeiro dia. É certinho e direitinho!
;)
Caro Bartolomeu, depois do teu comentário, não resisto a revelar que este romance é também uma homenagem à minha terra natal: Castelo de Paiva ;)
ResponderEliminarSó lá vivi os primeiros quatro anos de vida, mas não deixa de ser a terra que me viu nascer.
Sucessos literários? Simpatia tua, Bartolomeu...
A minha opinião pode até ser contrária às restantes, mas, para mim, o sucesso literário mede-se pelo prazer que os leitores sentem, ao ler.
ResponderEliminarE se o meu testemunho servir de medidor... declaro-te uma escritora de imenso sucesso!
Ia perguntar o que já respondeste sobre «pré». Boa sorte :)
ResponderEliminarEste excerto é muito belo!
ResponderEliminarContinuação de boa escrita!
Bartolomeu, nem tenho palavras :)
ResponderEliminarMuito obrigada também ao fallorca e à Rita. E ao Iceman, lá em cima :)
Viva, Cristina!
ResponderEliminarÉ lindo, o texto apresentado!
Ficamos expectantes na sua continuação.
Será mais um romance do período medieval? Parece, pelo mistério... Ou será outra época?
Saudações
Joaquim Soares de Sousa
Faço minhas as palavras de Bartolomeu "A minha opinião pode até ser contrária às restantes, mas, para mim, o sucesso literário mede-se pelo prazer que os leitores sentem, ao ler."
ResponderEliminarO resto é sucesso comercial.
Fico à espera do resto.
Para o Joaquim: sim, é um romance medieval. A personagem principal, porém, não é histórica, quero dar uma imagem da vida de pessoas comuns, mas inseridas em acontecimentos importantes do nosso século XII.
ResponderEliminarChamo, já agora, a atenção para o facto de que, a fim de manter um certo segredo sobre um livro que ainda nem sei quando será publicado, os excertos não revelarão muito do enredo, nem nomes de personagens. Quase se limitarão a pensamentos da personagem principal e não serão necessariamente publicados pela ordem com que aparecem no romance.
Se bem entendo, estes excertos que nos irás apresentando, vão "funcionar" a um nível semelhante - relativamente ao romance - ao das empresas que possuem contabilidade paralela...
ResponderEliminaré isso Cristina?
;)))
Algo me escapa, Bartolomeu, tens de me explicar melhor isso da contabilidade paralela.
ResponderEliminarTrata-se de uma metáfora, Cristina.
ResponderEliminarComo escreveste no comentário anterior, que os excertos que publicas não revelarão o enredo, lembrei-me da contabilidade paralela que algumas empresas praticam, com a finalidade de fugir ao fisco.
Ou seja... é mais um trocadilho que própriamente uma metáfora...
;))
Sim, eu já me tinha apercebido de algo desse género, mas não sabia o quê.
ResponderEliminarDigamos que há segredos que vale a pena guardar e, ao contrário de outros, não prejudicam ninguém ;)