Richard Osman foi um dos autores-surpresa das Ilhas Britânicas, nos últimos tempos, alcançando grande sucesso com este seu livro de estreia. É, de facto, uma leitura que prende e, no fundo, não é um policial normal. As personagens principais são idosos que vivem em Coopers Chase, um complexo residencial de luxo para a terceira idade. Sem ser uma obra literária, este livro tem o charme de nos mostrar que gente velha está longe (ou devia estar) de se deixar arrumar para o lado.
Elisabeth, uma das residentes de Coopers Chase, trabalhou para os Serviços Secretos e, a fim de continuar a exercitar a sua massa cinzenta, funda, com outros três residentes, o Clube do Crime das Quintas-Feiras. Com conhecimentos na Polícia, eles conseguem apoderar-se de arquivos com casos nunca resolvidos e tentam em conjunto resolvê-los, examinando os processos. Caso o consigam, de nada adianta, os casos estão prescritos. Para eles, no entanto, esta é uma boa maneira de se entreterem.
Joyce, uma outra residente, antiga enfermeira, acaba por se juntar ao clube, contribuindo com a sua experiência profissional para dar a sua opinião sobre ferimentos, ou a maneira como a vítima foi assassinada. E, pouco tempo depois, dá-se um crime! A vítima pertencia à empresa construtora de Coopers Chase, que tem aliás planos para expandir o complexo residencial. E estes planos estão longe de agradar a toda a gente.
Claro que o Clube do Crime das Quintas-Feiras não desperdiça esta oportunidade de se intrometer. Para resolver o caso, porém, necessita de estar a par da investigação policial, o que naturalmente não lhes é permitido. Esta mistura de investigação de um crime, a par das tentativas dos velhotes de acederem a informações que lhes estão vedadas, assim como a sua surpreendente acutilância, resulta num livro interessante e cheio de suspense. Não se procure, no entanto, uma grande performance literária.
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