Uma das coisas que muito me surpreendeu (e agradou) nos meus primeiros tempos na Alemanha foi o Mercado de Natal. Em todas as cidades, grandes e pequenas, realiza-se, durante o Advento, um Mercado de Natal, onde se podem comprar objectos alusivos à quadra, sem esquecer os habituais comes e bebes, que incluem doces, muitos doces. Para quem não sabe, os alemães são grandes comedores de bolos, chocolates e afins.
Na fotografia seguinte podem-se ver Lebkuchen, bolos de especiarias, neste caso, em forma de coração, com dizeres escritos a creme de açúcar. As mensagens variam, agora há, claro, muitos "Feliz Natal" e "Boas Festas", mas também se encontram os "amo-te", "és a minha gatinha" e outras do género.
As fotografias foram tiradas em Stade, a cidade onde vivo, que tem cerca de 40 000 habitantes. Estavam 4 graus negativos, o que não impede que as pessoas andem na rua (um alemão que se preze não tem medo do frio). Este tipo de mercado decorre paralelo ao comércio habitual e costuma acabar por estes dias, antes do Natal propriamente dito.
O Mercado de Natal transmite muito bem a atmosfera desta época, principalmente, quando há neve e faz este frio de rachar. Claro que isto nada tem a ver com as condições climatéricas da terra onde Cristo nasceu, mas o frio, a neve, as luzinhas são, para o bem e para o mal, o símbolo do Natal europeu.
Por acaso, não tenho nenhuma fotografia de uma barraca de Glühwein. Como o próprio nome indica, Glühwein (vinho incandescente, ou em brasa) é feito de um vinho tinto um pouco ácido, assim a dar para o nosso verde, ao qual se juntam várias especiarias (canela, cardamomo, anis, etc.). Pode ainda ter um Schuss (pinguinha) de rum ou um qualquer bagaço. Agora, imaginem o carácter explosivo da mistela. Há quem venha ao Weihnachtsmarkt apenas para beber canecas de Glühwein mit Schuss... Não há frio que resista...
À falta das ditas fotografias, fico-me, para rematar, pelas habituais e inofensivas estrelas decorativas.