D. Henrique e D. Teresa, pais de D. Afonso Henriques |
Muito se tem escrito e discutido sobre a data de nascimento de D. Afonso Henriques, pois estamos na altura do seu 900º aniversário, já que ele terá vindo ao mundo entre 1106 e 1111. Em 2009, reavivou-se a polémica iniciada nos anos 90, quando Viseu comemorou o aniversário, reclamando-se "berço do nosso primeiro rei". O historiador A. de Almeida Fernandes defendeu que o fundador da nacionalidade terá nascido naquela cidade, em Agosto de 1109.
De facto, na sua biografia de D. Afonso Henriques (Temas e Debates 2007), o Prof. José Mattoso, um dos maiores especialistas de História Medieval Portuguesa, considerou, na página 27, que "a demonstração feita por Almeida Fernandes alcança verosimilhança suficiente para se admitir como possível, ou mesmo a mais provável, até que outras provas sejam apresentadas em contrário."
Os vimaranenses não se conformaram. Barroso da Fonte, licenciado em Filosofia, jornalista e autor de vários livros em poesia e prosa e que, entre muitas outras funções que já exerceu na sua vida, foi Director do jornal O Comércio de Guimarães, assim como do Paço dos Duques de Bragança e do Castelo de Guimarães, publicou Afonso Henriques: um Rei polémico (reimpressão 2010, Âncora Editora), onde, além de defender a tradição, relata a polémica à volta deste tema.
Com iniciativas destas, os defensores da tradição de Guimarães foram acusados de serem movidos apenas por interesses bairristas. Afinal, os especialistas defendiam a hipótese de Viseu e, por mais que custasse aos vimaranenses, teria que se reescrever a História!
A verdade, porém, é que o próprio Prof. Mattoso tem vindo, há cerca de um ano, a distanciar-se da tese de Almeida Fernandes. Começou por afirmar, num colóquio internacional, realizado na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, de 14 a 16 de Dezembro de 2009, que "o valor da hipótese do nascimento em Viseu depende do grau de certeza relativo ao ano. Ora, havendo contradição entre as fontes, não se pode considerar seguro o ano do nascimento sem discutir o seu valor. Consequentemente também o lugar é incerto." Reiterou esta opinião no seu contributo para a História dos Reis de Portugal (Quidnovi 2010).
Num estudo publicado na Medievalista online Nº 8, o Dr. Abel Estefânio chega à conclusão de que os anos mais prováveis para o nascimento de D. Afonso Henriques são os de 1106 e 1110. As divergências "resultam dos problemas de transmissão textual, da complexidade e da confusão entre os diferentes métodos de cálculo de datas utilizados, num tempo em que não havia calendários".
Exponho, agora, o que, quanto a mim, invalida a tese "Agosto de 1109, em Viseu", à semelhança do que fiz na Nota Final do meu romance Afonso Henriques o Homem. Na citada biografia, em que o Prof. Mattoso nos diz que a hipótese de Viseu é a mais provável, lê-se, algumas páginas mais à frente (página 31) que D. Afonso VI, por ocasião das Cortes de Toledo no Verão de 1108, rompeu o vínculo de fidelidade com o genro, o conde D. Henrique, pai do nosso primeiro rei. Este teria, então, encetado uma viagem à sua Borgonha natal, regressando cerca de um ano mais tarde, no Verão de 1109. Ora, se D. Teresa não o acompanhou, ficando o casal afastado um do outro durante um ano, como poderia D. Afonso Henriques nascer à altura do regresso do pai? Para nascer em Agosto de 1109, o fundador da nacionalidade teria que ser gerado em Dezembro de 1108. Mas, nessa altura, pelos vistos, seu pai estava na Borgonha, enquanto sua mãe se quedava por terras portucalenses!!!
Talvez os historiadores devessem, de vez em quando, considerar os aspectos prosaicos da vida
Não há um outro lugar no nosso país, onde se sinta tanto a presença de D. Afonso Henriques, como na chamada Colina Sagrada, coroada pelo Castelo de Guimarães.
E, sendo as fontes tão contraditórias, minando as hipóteses de que este problema algum dia possa ser resolvido, fiquemo-nos pela tradição: D. Afonso Henriques nasceu entre 1106 e 1111, em Guimarães!
Cara amiga Cristina Torrão, em resposta ao seu comentário, que deixou no meu blogue, e em relação ao uso das imagens, como tenho estado a trabalhar noutros projectos, de fotografia e video, e o tempo tem sido pouco, optei por desligar temporária-mente o meu blogue, mas a seu pedido, terei todo o prazer de colaborar no que precisar, pode usar as imagens á sua vontade, tanto a nivel particular como a nivel comercial, entretanto abri de novo o blogue no caso de precisar de mais alguma imagen disponha, sempre que queira, apenas agradeço se não se importar, se vier a usar algum trabalho, que faça referência á sua origen, que pode ser José Filipe Photo, [ http://www.josefilipephoto.blogspot.com/ ], ou se precisar de mais alguma informação, através do meu mail: josefilipephoto@yahoo.com
ResponderEliminarComo também gosto bastante de história em geral, já me tornei um seguidor dos seus trabalhos, e da sua página no blogger.
Por agora despeço-me com amizade, tudo de bom.
Com os meus cumprimentos.
Até breve, um abraço.
José Filipe 6de Fevereiro de 2011
excelente.
ResponderEliminarObrigada, Daniel :)
ResponderEliminarPois eu digo que ele nasceu em Ranholas e, caso não apresentes testemunhas que digam o contrário, manterei esta convicção!
ResponderEliminarTens boas hipóteses, Rafeiro, é capaz de ser difícil arranjar as testemunhas ;)
ResponderEliminarPolémicas e bairrismos à parte, nunca «senti» Dom Afonso Henriques em Guimarães, o que lá está é uma espécie de «santuário de Fátima» de uma raiz mítica da nacionalidade, aliás com o seu quê de campónia. «Senti» Dom Afonso Henriques, sim, junto ao seu túmulo, em Coimbra, primeira capital do Reino de Portugal.
ResponderEliminarUma visita ao túmulo de Afonso Henriques na igreja de Santa Cruz de Coimbra é emocionante, sim. Aliás, já aqui falei da ligação do nosso primeiro rei a Coimbra:
ResponderEliminar"D. Afonso Henriques é identificado com Guimarães. Foi lá que ele assentou arraiais na sua juventude, talvez até lá tenha nascido. A verdade, porém, é que foi em Coimbra que o primeiro rei estabeleceu a sua corte, fundando o mosteiro dos Cónegos Regrantes de Santa Cruz, no início dos anos 1130, data a partir da qual poucas vezes esteve em Guimarães, até à sua morte, em 1185."
Para ler este post na sua totalidade, carregue na etiqueta Coimbra.
Conheço perfeitamente a historiografia respeitante a Dom Afonso Henriques, bem como muitas historietas e mitologia bacoca e nacionalista que o rodeia. Não há nenhuma prova cabal de que tenha nascido em Guimarães, nem em Viseu, tudo hipóteses, mas em Guimarães se tem erguido um mito pátrio, em mais do que um aspecto ridículo e oportunista - mas o mais importante é que tem salientado aquilo que Portugal não é, ou, se quiser, aquilo que de pior tem. Mais: à época o local em que um nobre nascia era de menor importância comparado à linhagem que fosse a sua (note-se, por exemplo, que após a batalha de Ourique Dom Afonso Henriques foi elevado pelos seus pares em cima do escudo e proclamado Rex à maneira germânica - era, no sangue, dessa estirpe -, antes de que houvesse um decreto do «imperador romano da padralhada»).
ResponderEliminarA Viriato já o colocaram nascido em mil e um lugares, com a Serra da Estrela à cabeça, e hoje é certo para a historiografia que os Lusitanos nem na Serra da Estrela estiveram (nada têm que ver com a civillização dos castros, sendo um povo da planície e do cavalo), e Viriato terá nascido no litoral, provavelmente entre Lisboa e Setúbal (contraiu casamento com mulher de Setubal). Etc.
Enfim, a «história» de Portugal em cromos é uma patetice.
Cumprimentos.
Afonso Henriques, à altura do seu nascimento, não era filho de rei (príncipe herdeiro) e terá sido essa a razão porque não se registou o local e a data. Esse registo era já procedimento habitual com infantes herdeiros.
ResponderEliminarÉ uma boa explicação.
ResponderEliminarFacto: não sabemos onde nasceu.
Por favor, alguém sabe com exatidão quais eram os nomes dos irmaos de afonso henriques? Os filhos de Henrique, ouvi falar que eram 6, mas somente duas mulheres Urruca e Sancha, e 1 homem Afonso Henrique sobreviveram a infancia...
ResponderEliminarGrato
Caro Grandfahter, não se sabe com exactidão quantos irmãos D. Afonso Henriques teve. À infância sobreviveram, além dos que disse, ainda outra irmã, Teresa. O nosso primeiro rei teve, por isso, três irmãs confirmadas (sabe-se com quem casaram as três).
ResponderEliminarNão se sabe se o casal D. Henrique / D. Teresa teve mais algum filho varão, que terá morrido na infância, alguns historiadores consideram essa hipótese.
Também há relatos medievais que referem um irmão ilegítimo do nosso primeiro rei (D. Henrique teria tido esse filho ilegítimo) chamado Pedro Afonso, que permaneceria ao lado do rei, apoiando-o em campanhas militares e outras. Por outro lado, o apelido "Afonso" aponta mais para um filho natural do próprio rei, nascido de Châmoa Gomes. Desta senhora, está confirmado que Afonso Henriques teve o filho Fernando Afonso, há quem diga que foram dois, o segundo seria o tal Pedro.
Foi esta versão que segui no meu romance, por me parecer mais verosímil.
Mesmo que consulte os nossos melhores historiadores, caro Grandfather, com o Prof. José Mattoso à cabeça, não encontrará informações mais concretas. Aliás, foi neles que me baseei. No estado actual das investigações, não há mais nada para além disto.
È de facto um assunto em relação ao qual a polémica estará sempre em aberto.No recentemente terminado verão de 2011 Barroso da Fonte publicou um livro sobre o nosso primeiro rei referindo o ano de 1111 como sendo a data de nascimento do monarca.
ResponderEliminarNa inexstência de uma certidão de nascimento válida e inequívoca, refiro que os carateres epigráficos também são documentos históricos.O lapicida da legenda que se encontra na pia batismal da igreja de S. Miguel do Castelo diz que D.Afonso Henriques foi aí batizado no ano de 1106,daí se inferindo, naturalmente, que não poderia nascer em datas posteriores.
Caro Juvenal, não tenho conhecimento desse livro de Barroso da Fonte, mas sei que ele, à falta de provas em contrário, adopta a data de 1111, acima de tudo, porque foi baseado nisso que se comemoraram os 800 anos em 1911. Barroso da Fonte não vê motivos para se modificar essa versão, pois há documentos que apontam para essa data.
ResponderEliminarO problema dos documentos antigos é que não são muito claros, uns dizem uma data, outros dizem outras. Coloca-se também o problema de, na altura, essas coisas não serem tão exactas como hoje. Primeiro, não havia calendários, isto é, havia-os nos mosteiros, feitos pelos monges, trabalho supervisionado por Roma. Mas, como as comunicações eram difíceis, às vezes havia incongruências, era bem possível que se enganassem num ano ou noutro. Na época, não era grave, aos camponeses tanto lhes fazia que estivessem no ano de 1110, 1112, ou 1115.
Em segundo lugar, e por incrível que nos pareça, os anos ainda não eram contados a partir do nascimento de Cristo, mas usava-se a era de César, que acrescentava cerca de trinta anos (não me recordo agora exactamente quantos) à nossa contagem.
Por isso, essa pia baptismal acaba por não provar grande coisa, nem se sabe se foi gravada à altura do baptizado, ou posteriormente. E, neste caso, quantos anos mais tarde. Numa época de tantas incongruências, bem se podiam ter enganado no ano...
Por favor note que estas explicações estão um pouco simplificadas, dada a limitação do espaço.
Para ter uma ideia de quais os problemas que a datação na Idade Média acarreta, aconselho-lhe este artigo do historiador Abel Estefânio, sobre a data de nascimento de D. Afonso Henriques:
ResponderEliminarhttp://www2.fcsh.unl.pt/iem/medievalista/MEDIEVALISTA8/estefanio8002.html
Já agora,se me permite mais um comentário sobre o assunto,diria que o Prof. Joel Serrão refere o local de nascimento do nosso primeiro rei em Coimbra, sem contudo especificar o ano, antes apontando para fins de 1108,princípios de 1109.
ResponderEliminarÀs tantas ainda conseguis provar que o primeiro e 'emborgonhado'
ResponderEliminarboi do Minho' foi aquele a quem o D. Afonso Henriques chamou pai...!
Começo a entender a razão dele se virar à chapada à mãe dizendo:
- Ei senhora, veja se Trava aí ...!
Eu não pretendo provar nada, apenas refiro os factos que se conhecem até à data. Não tiro conclusão nenhuma, apenas me parece ser a melhor solução continuar com a tradição, já que não há certezas de nada.
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ResponderEliminarNão devemos esquecer do nosso estimado Damião de Gois,Embaixador dos nossos Reis D.Afonso II e D.Manuel I que se dignou em declarar que foram os Priores Crasteiros de Santa Cruz de Coimbra,os Cronistas do reino desde o ano de 1145 por provisão del-Rei D. Afonso Henriques até o tempo de D.Afonso V. " o Prior môr de Santa Cruz D.João Galvão, assim o escreve o Cronista dos Conegos Regrantes de S.Agostinho" deu o ofício de Cronista a seu irmão, Duarte Galvão, pelos anos de 1460, ainda que sobre isto houve grandes resistências por parte dos Priores Crasteiros de Santa Cruz, e durou este mandato por muito tempo. Por ordem de D.Manuel I começou mas não prosseguiu, as Crónicas dos reis, seus predecessores, para cujo trabalho, e para coisas de maior importância foi homem por sua doutrina bastante desperto e muito suficiente , conforme o reputa Rui de Pina.
Por todas estas saliências aqui demonstradas a Crónica mais fiel até à data presente é sem duvida do muito esclarecido Duarte Galvão,fidalgo da Casa Real, e Cronista Mor do reino.Fielmente copiada do seu original, que se conserva no Arquivo Real da Torre do Tombo. Oferecida a sua Megestade El-Rei D.João V por Miguel Lopes Ferreira em 1726.
Resumindo isto e aquilo quero aqui deixar bem presente é que a Crónica de Duarte Galvão é a lenda de Afonso Henriques, do fundador de Portugal. O autor encontrou noticias, narrativas, tradições e agrupou-as, apurou-lhes a linguagem, e formou assim a Crónica que apresentou a D.Manuel I. E assim fez-se luz nas trevas pelos meandros da nossa vida medieval na época do séc.XII.
Interessante e só para despertar o apetite pela leitura desta Crónica, se conta no capitulo III, "como D. Egas Moniz veio a criar a D.Afonso filho do Conde D.Henrique, que foi são por milagre de N.Senhora da aleijão com que nasceu. E conta que a Rainha veio a parir um filho grande, que nasceu com as pernas tão encolhidas, que a parecer dos mestres, todos julgavam que nunca poderia ser são delas. O seu nascimento foi no ano de nosso Senhor de Mil noventa e quatro(1094)."
E agora em que ficamos 1108 , 1109 e à quem afirmou em 1110, bem fica aqui outra perspectiva. Concerteza que teria muito mais para falar mas ficará para outro comentário se caso a Cristina autorizar a escrever aqui no seu blogue.
De qualquer forma quero dar os meus parabens por este Blogue !
Está muito bem conseguido...
Caro José Luís,
ResponderEliminarmuito obrigada pelo seu comentário. Comente quando quiser!
Eu conheço essa lenda, mas permita-me chamar a atenção para dois pontos:
1 - Hoje em dia, os historiadores sabem que os cronistas medievais devem ser analisados com muito cuidado. A mentalidade era muito diferente e é verdade que, muitas vezes, escreviam, não aquilo que aconteceu, mas o que eles gostavam (ou acreditavam) que tivesse acontecido. Não devemos julgar isso à luz dos nossos princípios atuais, pois não foi intenção deles induzir ninguém em erro. Apenas pensavam que essa era a maneira correta de agir. Além disso, aproveitavam muito do imaginário coletivo, das lendas e das narrativas, sem verificarem se havia algo de verídico nelas. Na verdade, não dispunham de meios para o verificar, não existiam os métodos de hoje, as informações eram escassas, havia forte tradição oral. E todos nós sabemos que "quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto".
2 - Os historiadores não acham hoje a hipótese verosímil de que D. Afonso Henriques tenha nascido com as pernas tolhidas. A lenda diz que ele se curou por milagre, por pedido de D. Egas Moniz. Pois bem, há outra lenda que diz que D. Egas Moniz, vendo o menino aleijado, o trocou por um filho seu (o que fez ao tolhido, a lenda não o diz). Nesse contexto, o D. Afonso Henriques que viemos a conhecer seria filho dele e não de D. Henrique e D. Teresa.
Outra coisa são as datas, num tempo em que não havia calendários, como diz o Dr. Abel Estefânio (seguir link no post). Além disso, e pouca gente está consciente disto, na Idade Média, apesar de ter sido uma época muito religiosa, ainda se usava a era de César para contar os anos, em vez da era de Cristo. Ora, elas diferem uma da outra em mais de trinta anos e, por vezes, os historiadores têm muita dificuldade em localizar no tempo certos acontecimentos.
O Prof. Mattoso continua a dizer que, quanto ao local e data de nascimento de D. Afonso Henriques, continua tudo em aberto. E o Dr. Abel Estefânio situa o nascimento entre 1106 e 1110, depois de aturada pesquisa e interpretação de todas as fontes hoje disponíveis (mais uma vez, chamo a atenção para o link da revista digital "Medievalista online", no post).
Seja sempre bem-vindo ao meu blogue e, mais uma vez, muito obrigada pelo seu interessante comentário. Gosto de ser visitada por pessoas interessadas nestes temas :)
A diferença entre a era de César e a de Cristo é de 38 anos.
ResponderEliminarJuvenal Nunes
Muito obrigada pela informação, caro Juvenal.
ResponderEliminarAs afirmações produzidas por Klatuu o embuçado, sobre Viriato, são inverdades históricas.
ResponderEliminarJuvenal Nunes
Surpreenderam-me as observações produzidas por Klatuu o embuçado sobre Viriato. Pensei que o meu comentário suscitasse uma explicação confirmada do que escreveu. Como tal não sucedeu julgo poder e dever dizer o seguinte:
ResponderEliminarO que sabemos sobre Viriato e os lusitanos tem muito que ver com os dados que nos foram transmitidos por analistas e historiadores romanos como Apiano,Diodoro,Políbio ou Tito Lívio.Para além da documentação histórica fornecida a partir das obras dos autores antigos(greco-romanos)há ainda a documentação arqueológica ou epigráfica.
Tito Lívio situa o território romano propriamente dito entre o Douro e o Tejo. Estrabão menciona a mesma área acrescida de territórios a norte e sul destes rios. Ptolomeu confirma a informação de Tito Lívio e tal como Plínio chega mesmo a nomear algumas cidades e povoações tais como:Coimbra,Condeixa-a-Velha,Amoreira de Óbidos,Santarém,Mérida,Cáceres.
A palavra Beira ou Beyra alcança o significado de solar em língua lusitânica,tida como berço étnico do povo nativo lusitano,correspondente à área da Beira Interior a que pertencem os distritos de Castelo Branco,Guarda e Viseu.
É um facto que nenhum autor refere com precisão o local exato do seu nascimento, mas não são divergentes da área provável do seu nascimento, considerando a tribo a que pertencia.
Contemporâneos dos celtas,a área inicialmente ocupada pelos lusitanos corresponde a um sistema de habitat do tipo castrense.
Falando do casamento de Viriato sabe-se que ele casou com uma filha de um indivíduo chamado Astolpas,possuidor de grandes propriedades na Bética,considerado o homem mais abastado,poderoso e influente de todo o vale do Guadalquivir.
Com estes dados espero ter contribuído para esclarecer sobre a figura de Viriato como personagem histórica.
Juvenal Nunes
Caro Juvenal, muito obrigada por mais este contributo.
ResponderEliminarPenso que a falta de reacção de Klatuu o embuçado se deve ao facto de as suas declarações datarem de Fevereiro de 2011. É possível que ele já não receba notificações deste blogue.
P´ra mim nasceu no castelo da Feira, onde viveu D. Teresa com um Marques regente espanhol depois de D. Afonso Henriques ter sido assacinado numa visita que fez a D. Hurraca em Astorga, com o título de cavaleiro andante.
ResponderEliminarParece ter boa imaginação, caro anónimo. Mas não queria dizer D. Henrique, em vez de D. Afonso Henriques?
ResponderEliminarParece incrível nem sequer sabemos a data de Nascimento do Rei de Portugal.
ResponderEliminarÉ verdade, Angela. Mas não devemos esquecer duas coisas:
ResponderEliminar1 - Nessa época recuada, nem todos os nascimentos eram registados, muita gente não sabia a sua idade, incluindo nobres. As datas de nascimento dos herdeiros reais costumavam, porém, ser fixadas, embora isso nem sempre acontecesse com irmãos mais novos. Também não se sabe a data de nascimento de D. Afonso III, por exemplo, pois, à nascença, o "Bolonhês" não estava destinado a ser rei. E este primeiro facto leva-nos ao segundo:
2 - À nascença, D. Afonso Henriques não era filho de rei, nem estava destinado a ser rei.