Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.
2 de fevereiro de 2011
Quando Lisboa Tremeu
Uma boa ideia, já cá faltava um romance que desse a dimensão da tragédia. Gostaria, no entanto, de fazer um reparo, algo que me irritou durante toda a leitura.
É verdade que um inglês, por mais tempo que viva em Portugal, nunca conseguirá falar Português correcto. E também é verdade que o Inglês se tornou numa língua universal.
Mas estamos no século XVIII! Gostava que me explicassem como é que um homem, que passa o tempo todo a dizer coisas do género: "Damn! Eu forgot que eles are coming", é entendido por uma escrava e mais uma data de gente que nunca aprendeu línguas!
Um doce a quem me der uma explicação verosímil!
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Danm, Eu got a brilhante explication, but eu forgot completamente.
ResponderEliminarA sério, foi só uma brincadeira. Não conheço o livro.
Cristina, romances sobre o terramoto de 1755 há diversos. O primeiro, que eu saiba, foi um do Pinheiro Chagas, ainda no século XIX. Mais recentemente, para além do meu «O Profeta do Castigo Divino» (que embora tenha o terramoto como tema omnipresente, abrange sobretudo o período imediatamente anterior e só na parte final o aborda), outros autores publicaram ficção sobre esse tema. De memória cito, Júlia Nery, Luís Rosa, Alexandre Honrado e sobretudo Miguel Real que com o seu «A Voz da Terra» venceu o prémio Fernando Namora em 2006.
ResponderEliminarSobre o aspecto que comenta, pois: temos aí um problema com o autor que quer dar uma nota peculiar a um personagem mas que acaba por se tornar incoerente. Já agora, no século XVIII, o inglês não era a língua universal que hoje é; o francês era a língua diplomática. O próprio marquês de Pombal, que quando jovem foi embaixador em Londres, nunca soube expressar-se em inglês.
Cumprimentos.
Pedro
Precisamente por o inglês se ter tornado língua universal apenas a partir da segunda metade do séc. XX (e a "responsabilidade" será mais da América do que da própria Inglaterra), eu mencionei esse facto.
ResponderEliminarQuanto ao resto... ui, ui, ui, tenho de me informar (e agradeço as suas informações). O facto de viver há 18 anos na Alemanha também não serve de desculpa, eu sei. Mas penso que ter começado a dedicar-me à escrita apenas a partir, mais ou menos, do ano 2000 e só ter publicado, pela primeira vez, em 2007, possa servir de "atenuante", pois confesso que, até meados da década anterior, não andava atenta às publicações portuguesas.
Olá, Cristina!
ResponderEliminarHá tempos li um livro deste escritor e amei! "Os Cavaleiros de S. João Baptista", julgo que era o titulo. E este quando o encontrar não me escapa, apesar do aparente deslize do escritor. :p
Beijos
Muito bem observado.
ResponderEliminarBeats me!
ResponderEliminarPor um momento, julguei que fosse uma frase daquele Tomás não sei quê, protagonista dos livros de José Rodrigues dos Santos, costuma sair-se com coisas semelhantes.
Ainda a propósito do mesmo, lembro-me de ter lido em tempos, não sei onde, uma espécie de Diário de Leonor Teles, escrito na primeira pessoa. Quando a personagem, a páginas tantas, se dizia muito chateada, dei uivos de tanto rir.
Note-se, o livro tem sido um sucesso de vendas. E é verdade que se lê bem, tem suspense e transmite o caos vivido naqueles dias. O inglês (comerciante rico) e a escrava tentam salvar-se juntos, pois trata-se de uma altura do "salve-se quem puder", em que as barreiras sociais deixam de fazer sentido. É um aspecto importante, frequente em catástrofes, e louvo a iniciativa do autor em tê-lo abordado.
ResponderEliminarNo entanto, a pergunta subsiste: como poderia uma analfabeta entender esse misto de inglês/português? E outras personagens, que talvez não sejam analfabetas, mas que, no século XVIII, certamente não aprenderam inglês.
Certamente alguma escrava que tinha sido ensinada por missionários ingleses...
ResponderEliminarEsse, foi um aspecto no romance que também notei. Outro foi a forma como o pirata se dirigiu ao marquês, outro, as coincidências de sorte, outro...
ResponderEliminarBem, já tive oportunidade de ler alguns relatos mais ou menos romanceados acerca do terramoto, e nenhum me aborreceu tanto, como este. Então a saga do miudo que teimava em desenterrar a irmã dos escombros da casa... é caso para dizer; vai lá, vai... até a barraca abana.
;)
Já li alguns livros sobre o tema do terramoto e de todos, este foi francamente o pior.
ResponderEliminarDois dos que gostei, da autoria de José Braga Gonçalves, "O Principe Rosa-Cruz" e "O Maçon de Viena", centram-se na figura do Marquês de Pombal e da sua actuação após o terramoto, assim como das suas ligações maçónicas e rosacrucianas. Foram escritos durante o período em que Braga Gonçalves se encontrou preso e foi, na minha optica, uma vingança pelo abandono a que os maçon, o votaram.
Obrigada pelas suas informações, Bartolomeu.
ResponderEliminarJá agora, também não gostei muito do final do livro. Se o pirata descobre que o rapaz e a rapariga são seus filhos, para acabar separado deles três páginas mais adiante, penso que essa revelação é supérflua. Ou devia ter sido feita mais cedo.
Eu até acabei por gostar do livro, até porque nunca tinha lido nada sobre o Terramoto. Quanto a esse inglês, achei-o super irritante e cansativo mesmo. Ao fim de algum tempo torna-se complicado ler aquelas frases em duas línguas. Mas o que me surpreendeu mais foi o momento em que ele encontrou outro inglês e continuou a falar as duas línguas misturadas... Não sei como não detectaram isso na revisão...
ResponderEliminarBem visto, branca de neve.
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