Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

25 de novembro de 2013

O Banqueiro Anarquista


Conhecemos Fernando Pessoa como poeta, mas ele também escreveu prosa, como este conto, com apenas 27 páginas, à disposição, no Projecto Adamastor, para Download gratuito (formato EPUB). Apesar de ser interessante, eu diria que é melhor ler a poesia de Fernando Pessoa. Achei O Banqueiro Anarquista um pouco datado, já que reflete sobre o sistema anarquista, que rejeita aquilo a que chama «ficções sociais» e que andava em voga na época em que foi escrito.

A troca de impressões entre o narrador e um banqueiro que se diz anarquista resume-se nos pressupostos: «O mal verdadeiro, o único mal, são as convenções e as ficções sociais, que se sobrepõem às realidades naturais» e «qualquer sistema que não seja o puro sistema anarquista, que quer a abolição de todas as ficções e de cada uma delas completamente, é uma ficção também». A suprema ironia é que o banqueiro chega à conclusão de que a única maneira de escapar às ficções sociais, ou seja, alcançar a completa liberdade, é usar o próprio sistema existente, acumulando a maior riqueza possível.

Como disse, é interessante, mas confesso que a prosa de Fernando Pessoa (pelo menos, esta prosa) não me cativou. Achei-a exaustiva e, perdoem-me, banal, o que prova que também os génios têm os seus momentos menos bons...


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