A propaganda do regime esforçava-se por branquear as condições da cadeia, que a revista oficial da PIDE/DGS, Continuidade, dizia serem «das melhores do mundo».
Os Últimos Presos do Estado Novo, Joana Pereira Bastos, p. 93
Mau grado este exemplo, ao ler estas linhas, dei comigo a refletir sobre essa estranha tradição portuguesa de insistir na expressão «melhor do mundo». As nossas praias são as melhores do mundo, as nossas paisagens são as melhores do mundo, o nosso sol é o melhor do mundo, o nosso azeite é o melhor do mundo, o nosso vinho é o melhor do mundo, os nossos enchidos são os melhores do mundo, a nossa cozinha é a melhor do mundo, o nosso futebol é o melhor do mundo, os nossos poetas são os melhores do mundo... Enfim, o nosso povo é o melhor do mundo.
Com tantos «melhor do mundo», porque andamos sempre de corda ao pescoço?
Pois, somos um povo de tristes.
ResponderEliminarEu costumo dizer: "melhor do mundo e arredores".
O pormenor dos "arredores" não é mesmo de desprezar, Iceman ;)
ResponderEliminarPorque a a corda que nos atam ao pescoço é a melhor do mundo :)
ResponderEliminarPois... Näo há volta a dar-lhe ;)
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