Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

2 de maio de 2014

Nada como ler os clássicos... (2)

Não obstante, o ministro do Reino redobrou instâncias e promessas, no intuito de vingar a candidatura de um poeta de Lisboa, mancebo de muitas promessas ao futuro, que tinha escrito revistas de espectáculos, e recitava versos dele ao piano, cuja falta ou demasia de sílabas a bulha dos sonoros martelos disfarçava.

In A Queda dum Anjo, Camilo Castelo Branco

2 comentários:

Bartolomeu disse...

«...cuja falta ou demasia de sílabas a bulha dos sonoros martelos disfarçava.»
Mantem-se nos dias de hoje a mesma "técnica" do tempo de Camilo... disfarça-se com toneladas de decibéis da mesma música martelada, a falta ou o excesso de sílabas. Geralmente, as que faltam, são as que verdadeiramente importam, as que sobram, têm a função de distrair e iludir a atenção.
Mudam-se os tempos, mas as manhas mantem-se.

Cristina Torrão disse...

E aqui se vê a verdadeira definição de clássico. Um livro escrito há mais de 150 anos e que se mantém tão atual ;)