- Não se diz que estamos todos nas mãos de
Deus? Não podemos cair mais fundo do que isso!
Jacinta quedou-se perplexa, depois retorquiu:
- Há quem caia no inferno…
Zaida tornou a fixar nela os seus olhos
negros, muito brilhantes:
- Não creio no inferno. Só em Deus!
Jacinta tentava captar o sentido daquela
afirmação. Recordou as aulas do convento, da leitura da Bíblia. Havia o Deus
cruel, vingativo e castigador do Antigo Testamento. Mas também havia o Deus
misericordioso, que perdoava e que agarrava precisamente aqueles que caíam mais
fundo. E era esse o Deus de Jesus Cristo, o Messias.
Mas como sabia Zaida, uma moura, tais cousas?
- Vós não rezais a um tal de Alá?
- Deus é Deus, dê-se-lhe o nome que se lhe
der.
E desta guisa lá foram rodopiando de braços abertos e o rosto levantado para o sol, enquanto os pés assentes nas areias curativas do cabedelo, lhes sustentavam a leveza do Ser...
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A autora, neste romance, mostra-se a meu ver, mais introspetiva e reflexiva que nos anteriores... como que a querer dizer aos leitores que o Homem não é só matéria, porem e ainda... espírito.
;))
Obrigada por mais estas palavras bonitas, Bartolomeu :)
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