Hoje, o canal ARTE vai repetir as duas partes do documentário À la conquête du monde / Griff nach der Weltherrschaft, às 16h55 (em Portugal será às 15h55). A primeira parte é sobre Fernão de Magalhães, a segunda sobre Sir Francis Drake.
Vi este interessante documentário, que inclui a encenação de alguns momentos das viagens levadas a cabo pelos dois navegadores, no passado sábado, 27 de setembro, e aqui comento a parte respeitante a Fernão de Magalhães.
O navegador português decidiu pôr os seus serviços ao dispor de Carlos V de Espanha, depois de o rei de Portugal não mostrar interesse no projeto dispendioso. Fernão de Magalhães, pertencente à baixa nobreza, teve de lutar contra a desconfiança e a hostilidade dos nobres castelhanos incluídos na armada de cinco caravelas que partiu de Sevilha, no início do século XVI. O objetivo de Fernão de Magalhães não seria tanto provar que a Terra era redonda, mas sim que conseguiria chegar às "Ilhas das Especiarias" navegando para oeste, convencido da existência de uma passagem marítima em território sul-americano.
A navegação ao longo da América do Sul foi demorada e esgotante, incluindo alguns enganos, como quando a armada entrou no Rio da Prata, o estuário criado pelos rios Panamá e Uruguai, com uma largura de 219 quilómetros. Depois de navegarem algumas milhas em direção ao local onde hoje se situa Buenos Aires, e constatando que a água deixara de ser salgada, foram forçados a voltar para trás, aumentando o descontentamento dos espanhóis. Começando a desconfiar da não existência da passagem, os súbditos de Carlos V tencionavam regressar a Sevilha, tanto mais que já se inciara o inverno no hemisfério sul. Fernão de Magalhães, no entanto, forçou a continuação da viagem.
O frio e as tempestades impediam a navegação e as caravelas viram-se obrigadas a esperar o fim do inverno numa enseada, hoje Puerto de San Julián, em plena Patagónia. A inatividade e o frio aumentaram o descontentamento, houve uma tentativa de motim e Fernão de Magalhães castigou com dureza Juan de Cartagena e Gaspar de Quesada, altos nobres castelhanos. Quesada foi enforcado, o outro abandonado com alguns víveres, naquela região inóspita, condenado a uma morte lenta e solitária. Não se sabe se tentou encontrar alguém que o ajudasse, os seus restos mortais foram mais tarde descobertos junto da forca de Gaspar de Quesada.
O descobrir da passagem proporcionou um momento de glória a Fernão de Magalhães, mas a armada perdeu muito tempo naquele labirinto desconhecido. Apesar de nunca terem avistado gente, viam fogos nas margens e o navegador português batizou a região de Terra do Fogo. E Pacífico foi o nome que ele achou por bem dar ao novo oceano, que se abriu à sua frente, depois de vencido o labirinto.
À medida que navegavam em direção a noroeste, porém, a calma das águas e
o sol impiedoso tornaram a criar momentos de desespero à tripulação
doente e esfomeada. Muitos morreram de escorbuto e a ausência de terra,
durante vários meses, pô-los a duvidar se algum dia encontrariam as
"Ilhas das Especiarias".
Como se sabe, acabaram por encontrá-las e passaram alguns meses de abundância, naquelas terras amenas e férteis. Mas Fernão de Magalhães viria a ser morto nas Filipinas, numa guerra entre tribos, na qual imprudentemente (e não destituído de arrogância) se intrometeu. Uma única caravela, com apenas 19 homens, regressou a Sevilha, cerca de três anos depois de ter partido.
Fernão de Magalhães não chegou a rever a sua família nem a receber os louros da sua descoberta. Entre os sobreviventes, porém, encontrava-se o italiano António Pigafetta, o autor do diário de bordo, que entregou a Carlos V. Assim se salvou o relato desta viagem, em que a tão almejada passagem ficou batizada com o nome do navegador português, o mesmo que deu o nome à Terra do Fogo e ao maior oceano do planeta.
Ver o documentário aqui: em francês; em alemão.
Adenda a 29 de Março de 2017: os documentários já não estão disponíveis para visualização.
Cristinamiga
ResponderEliminarVoltei à tua companhia; o Crónicas das Minhas Teclas está em “hibernação”, mas não para; (diz-me sff se gostas deste título e ou não gostas). Se for não, alvitra um título que eu analisarei e se entender que será melhor, o aceitarei. É, pois, um desafio que te lanço. Muito obrigado.
Mas por agora quero dar-te a informação de que já acabei o texto, o Leonel Gonçalves está a ver o dito e… a Raquel também. É uma mulher de armas, sempre pronta a ajudar-me!...
No dia 16 deste mês começa a edição: capa e miolo vão entrar na impressão e, depois, pensar na distribuição que seja a melhor. E a publicidade? O editor e eu estamos carentes de euros e será a que for possível com a participação de quem queira também publicitar junto das Amigas e dos Amigos, o que desde já agradeço muito. Vou ainda tentar junto da malta amiga da comunicação social que façam o que melhor entenderem.
Está também a ser estudado o local do lançamento; tem de ser mais ou menos espaçoso e com boas condições. E não muito caro… Enfim, trabalha-se. E espero em breve dar-te uma novidade que entendo excelente…
Porém, neste interregno, voltarei a visitar-te e a comentar-te como é meu apanágio. E naturalmente a avisar-te sobre o local, o dia e a hora do lançamento. Queria-te lá: para te ver e/ou conhecer pessoalmente e ver…te comprar muitos exemplares... Mas... rrrrrrsssss…
Qjs
Este texto é único e vai repetir-se pelos blogues e comentadores e colabores que me têm acompanhado; infelizmente não posso avisar e comentar uma a uma ou um a um. Desculpem