Poucos defeitos haverá com conotação mais negativa do que a inveja. Ninguém admite ser invejoso e, no entanto, todos o somos, a um nível mais ou menos acentuado. A pergunta é: deveremos recusar com tanta veemência algo que faz parte de todos nós?
Mesmo a Bíblia está cheia de histórias sobre a inveja, que basicamente surge porque só com dificuldade aceitamos que outra pessoa receba o mesmo ou mais do que nós por menos trabalho, ou alcance os mesmos objetivos com menos esforço.
Tratando-se de uma característica tão humana, quase se podia pensar que a inveja não tem apenas um lado negativo. E é verdade! Ela pode igualmente ser produtiva, ao criar entusiasmo e motivação para que alcancemos algo que os outros possuem. Torna-nos competitivos, convida a que nos esforcemos, podendo ajudar-nos a descobrir qualidades que não sabíamos ter.
A inveja torna-se prejudicial quando é obsessiva, ou seja, quando se torna no centro da nossa vida. Faz-nos infelizes e azeda as nossas relações com os outros. Mas atenção: este tipo de inveja é sempre um alarme transmitido pela alma! É um sinal de autoestima baixa, uma prova de que nos damos pouco valor e de que estamos descontentes com a nossa situação, de que consideramos apenas as nossas fraquezas, ignorando as qualidades.
Nesse sentido, é contraproducente espezinhar uma pessoa invejosa, só serve para que ela se desvalorize ainda mais. Mais compreensão, contribuindo para que ela descubra as suas qualidades, pode ser um grande passo para a ajudar a ter mais consideração por si mesma.
Esse tipo de compreensão pode, porém, ser difícil de pôr em prática, principalmente quando os invejosos se tornam agressivos. Ninguém é obrigado a aceitar insultos nem é depositário das frustrações dos outros. Por outro lado, por vezes, também somos pouco tolerantes e lestos a condenar comportamentos. Uma frase do estilo: «Não sei porque invejas o meu jeito para escrever, tu sabes desenhar tão bem» pode operar maravilhas.
Valorizar as qualidades, sempre! Todos nós temos os nossos talentos!
Concordo inteiramente com o que escreves nos terceiro e quarto parágrafos, Cristina.
ResponderEliminarPessoalmente, rejeito a inveja, e sinto um grande prazer em nunca ter sentido que ela em alguma altura me tivesse tentado. Contudo, percebo que em determinadas circunstâncias esse sentimento pode contribuir para o avanço individual e social.
Bem, há sempre uma altura da vida em que se sente uma invejazinha, ou não? ;)
ResponderEliminarNão tiveste nem inveja de amigos mais conquistadores do que tu, na tua juventude? ;)
Claro que acredito em ti, mas penso que ligamos sentimentos tão negativos à inveja, pensamos logo naquela inveja agressiva e doentia, que negamos tê-la sentido.
A inveja só é construtiva, quando invejamos algo, mas não desejamos mal à pessoa em questão. Sentimos, sim, incentivo para lutar por um objetivo.
Repara, eu não sou apologista da sociedade altamente competitiva, acho que pode ser muito prejudicial. Por outro lado, sem ambições na vida, não vamos a lado nenhum ;)
Pode parecer demagógico da minha parte, afirmar nunca ter sentido inveja daquilo que outra pessoa possui, da sua beleza, da sua qualidade de vida, das suas capacidades intelectuais, da sua situação social ou de qualquer outras.
ResponderEliminarMas sim, tive ambições, algumas que realizei. Mas acho que desde muito jovem cultivei o princípio da igualdade em sintonia com a individualidade e isso fez talvez com que nunca quisesse possuir algo que pertencesse aos outros. No entanto, a ausência de inveja, não notei que tivesse condicionado de algum modo os meus desejos e as minhas ambições e de os concretizar.
;)
Nem mais, gosto de Psicologia, Cristina.
ResponderEliminarLindo testemunho, Bartolomeu, continua assim! ;)
ResponderEliminarSó uma coisa: também não digo que só através da inveja lutamos por objetivos, apenas que pode ajudar (e não fiques a pensar que eu, por exemplo, só luto por inveja ;)) Apenas gosto de desmistificar certas características humanas, porque somos, muitas vezes, lestos a julgar os outros - não é o teu caso, nem o meu, eu sei ;) Mas, como somos todos humanos, gosto de usar a primeira pessoa do plural.
Cláudia, não me esqueci de si, mas tenho andado numa roda viva. Vou esclarecer nos correios se posso enviar uma encomenda para o Brasil à cobrança. Não me esqueço, tá? Beijinho
Não esqueça Cristina de mencionar que o teor da encomenda é Educativo, porque na Alemanha a Empresa de Correio concede desconto especial a quem promove Educação.
ResponderEliminarCristina
ResponderEliminarnunca senti inveja de ninguém. não lhe estou a mentir, juro-lhe. não sou presunçoso mas sempre soube que sou mega inteligente apesar de ser um esquizo-bp incurável. sou decididamente louco mas nunca fiz mal a ninguém e nunca senti inveja. as mulheres gostam de mim, nunca percebi bem porquê (até as mais novas). estudei nas melhores unis Inglesas onde sempre fui o melhor aluno (sem grande esforço) apesar de (ainda) não ter completado o doutoramento (isto não é petulância, é a verdade)
o que eu sinto, verdadeiramente, é o mais genuino ódio pelos invejosos, já me f*****M a vida tantas tantas vezes: uns, paranoicos, por pensarem que queria roubar-lhes as mulheres, outros por complexos de inferioridade intelectual...ganda porra. ás vezes penso que seria infinitamente melhor ser burro e bonito :)
Uau!
ResponderEliminarDesejo-lhe menos invejas (que, do resto, parece que não precisa)!