História Universal da Literatura Portuguesa |
Em Outubro de 1323 (não se sabe em que dias) reuniram-se
Cortes em Lisboa, a pedido do infante Dom Afonso, o herdeiro de Dom Dinis. Nestas
Cortes, reacendeu-se a guerra civil, que já se dera por terminada, uma guerra que tinha a sua origem nos
desentendimentos entre o rei e o seu herdeiro.
O infante Dom Afonso exigia que fosse
retirado a seu meio-irmão Afonso Sanches o cargo de mordomo-mor, assim como as
terras e dinheiros que o pai de ambos lhe havia doado. As suas pretensões foram,
porém, desleixadas, enquanto se tratou de outros assuntos, o que acabou com a
paz frágil que fora negociada entre pai e filho, em Leiria, no ano anterior. A
seguir ao cerco de Coimbra, essa paz tinha sido possível através da
mediação da rainha Dona Isabel e do conde Dom Pedro de Barcelos.
Deixo-vos com um excerto do meu romance relativo às Cortes
de Lisboa, quando o príncipe herdeiro viu os seus desejos ignorados pelos pares
do reino, sem que seu pai interviesse a seu favor:
Ninguém
abriu a boca. Mas Dinis arrependeu-se daquele procedimento em relação ao
príncipe. Apesar de Afonso se manter digno, a humilhação era enorme,
principalmente perante a notória satisfação dos meios-irmãos. Naquele instante,
o rei apercebeu-se de que havia exagerado na sua proteção e no seu
favorecimento dos bastardos.
Não
podia, porém, voltar atrás, dando o dito por não dito e, por isso, nada fez
para impedir que o seu herdeiro voltasse as costas àquela assembleia.
No
fim daquele dia, o rei foi informado que o príncipe deixara a cidade e, passado
duas semanas, soube que juntava os seus partidários em Santarém, planeando
marchar sobre Lisboa, a fim de se apoderar do trono à força!
Era
a rutura total. Embora Isabel não o dissesse, Dinis sabia que ela o considerava
responsável pela situação. Ele próprio assim se sentia. A rainha recolheu-se
novamente em jejuns e penitências, recusando falar com o consorte que, não
obstante o arrependimento, não podia deixar de defender o seu trono. Passou o
mês de Novembro a organizar um exército, formado principalmente pelos
combatentes do concelho de Lisboa.
A
questão decidir-se-ia numa batalha em campo aberto, onde não existiria lugar
para piedades nem perdões. As tropas digladiar-se-iam até haver um vencedor.
Os
exércitos aquartelaram-se na zona do campo de Alvalade.
O meu romance sobre
Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook,
por exemplo, na LeYa
Online, na Wook, na Kobo e na Amazon (pagamento em euros); Amazon (pagamento em dólares).
Sem comentários:
Enviar um comentário