«Debatíamos num remoinho de intrigas e desaguisados, havendo precisão uns dos outros e querendo, ao mesmo tempo, aniquilarmo-nos mutuamente. Até eu cheguei a pactuar com o execrável bispo, Deus me perdoe, permitindo que ele cresse ter-me na sua mão. Imagino o quão esperto ele se sentia, pensando que nos manipulava às duas, provando a fraqueza e a instabilidade próprias das donas e, no convencimento da sua soberba, nem se apercebia de que Urraca e eu agíamos tal e qual. Nunca maior teia de ardis, mentiras, hipocrisias e traições se terá visto, que Cristo se amerceie de nós! Sorríamo-nos, mantendo o punhal atrás das costas, aguardando a primeira oportunidade de o espetar no parceiro de ocasião».
© Cristina Torrão
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