Tenho pena que o
Carnaval tradicional português, também conhecido por Entrudo, com
características específicas de cada região, se esteja a perder em nome da
importação brasileira. Não critico que existam escolas de samba em Portugal, o
samba é uma dança belíssima, além de ótimo exercício físico, mas festejar um Carnaval abrasileirado, com dançarinas a tiritar de frio, parece-me fora de
contexto.
Em certas zonas,
porém, continua a manter-se a tradição, como no nordeste transmontano, nomeadamente
no concelho de Macedo de Cavaleiros, com os Caretos de Podence. São figuras
curiosas, que me abrem o apetite para um livro publicado recentemente sob a
chancela da Poética Edições e
de autoria de Luís Filipe Costa.
Não sei até que ponto
o autor explica a origem dos Caretos, mas gostaria muito de saber se há alguma
ligação com as bruxas Allersberger
Flecklashexen, figuras do Carnaval bávaro, que surpreendentemente me fazem
lembrar as do nordeste transmontano. Desde as máscaras, à vestimenta e aos guizos
que tilintam com os movimentos, em tudo são semelhantes aos “nossos” Caretos
(que utilizam aliás chocalhos).
Penso que seria
interessante ir ao fundo da questão, averiguar se realmente há uma origem
comum, quiçá celta, mas nem sei se tal pesquisa será possível. Quem sabe, algum
dia arranjo tempo…
Deixo-vos com imagens de um espetáculo carnavalesco da Baviera, bem diferente daquilo que consideramos Carnaval, mas, pelo menos, genuíno:
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