Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

17 de fevereiro de 2017

As Audrey Hepburns das nossas vidas

Como Presidente da República, Cavaco Silva não agradou a toda a gente. Talvez até nem tenha agradado à maioria, apesar de ter sido eleito por uma. Em democracia, porém, acontece que eleitores se desiludam com o desempenho dos por si eleitos.

Os que não apreciaram a atuação de Cavaco Silva podem e devem criticá-lo. Por atitudes que tomou, ou não tomou; por palavras que disse, ou não disse; pela sua alegada falta de cultura literária ou outra. Mas criticá-lo, ou mesmo ridicularizá-lo, por palavras elogiosas e ternurentas usadas em relação à mulher com quem está casado há mais de cinquenta anos? Numa altura em que a violência (não só) doméstica e a falta de respeito pelo seu semelhante está na ordem do dia? Há aqui algo que me escapa.

Maria Cavaco Silva teve vinte anos, como todos nós. E, com vinte anos, todas as mulheres são bonitas. E que, aos olhos de familiares e/ou amigos, Maria Cavaco Silva fosse parecida com Audrey Hepburn, é porque ela o era realmente! Porque estas coisas são mesmo assim! Pensem, meus senhores, nas vossas mulheres, quanto tinham vinte anos; em alguma namorada que tiveram, nas vossas mães, irmãs, filhas, netas! E pensem em vós próprias, minhas senhoras, pois certamente muitas de vós foram comparadas a estrelas de cinema ou outras figuras públicas conhecidas pela sua beleza! Quão cinzentas seriam as nossas vidas sem as nossas próprias Audrey Hepburns, Brigitte Bardots, ou Marilyn Monroes!

Ridicularizar Cavaco Silva por usar palavras elogiosas ao definir a mulher com quem está casado há mais de cinquenta anos não revela apenas mau-gosto e falta de educação, revela, acima de tudo, um grande, enorme, gigantesco preconceito!


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