Não parece, mas estas
palavras têm algo em comum: considera-se que são intraduzíveis. Pelo menos,
assim o diz Tim
Lomas, da Universidade de Londres.
Que a palavra saudade
não tem tradução literal noutras línguas, já era conhecido - embora eu duvide;
ou melhor, chamo a atenção para o facto de que a dificuldade de tradução não
implica que os naturais de outros países não saibam o que é ter saudades, ou
não conheçam o sentimento ligado à saudade.
Esta dificuldade de
tradução costuma deixar-nos muito orgulhosos, pois a saudade, tendo um conceito
muito poético, torna-se própria de um país de poetas. Mas que dizer de desbundar
e desenrascanço? São muito portuguesas, mas não são poéticas. Enfim, só
prova que temos outras características, o que é muito bom.
Não se pense, porém,
que somos o único povo do mundo a ter palavras intraduzíveis (uma outra
característica nossa é pensarmos constantemente que somos os únicos ou os
melhores do mundo nisto ou naquilo; é pena não haver uma palavra que defina isso
mesmo). O estudo de Tim Lomas encontrou palavras dessas em muitas línguas. É o
caso do termo filipino Kilig, ou da palavra holandesa Uitwaaien, ou ainda do termo do dialeto africano Bantu Mbuki-mvuki. Para ficarem a saber os seus significados,
cliquem nelas!
Este estudo encontrou também uma palavra alemã difícil de
traduzir: Sehnsucht,
um termo que considero aliás muito próximo da nossa saudade.
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