Observo, no entanto, que muitos pais fazem tudo pelos filhos por uma questão de comodismo. É muito mais fácil dar um peixe a um pobre do que ensiná-lo a pescar, já que ensinar implica oferecer tempo, ter paciência para lhe explicar o processo, ficar a seu lado durante essa aprendizagem, apoiá-lo, aturar-lhe as primeiras tentativas desajeitadas, consolá-lo nos falhanços (e este consolo não passa por pescar por ele), às vezes, fingir o resultado (ou melhor, pescar, sim, mas sem ele dar conta) para que ele não perca a motivação, etc. Sim, é bem mais fácil, rápido e cómodo dar-lhe um peixe! Mas esse “pobre” estará novamente cheio de fome no dia seguinte, na margem do rio cheio de peixes.
Nos nossos dias, porém, há pouco peixe, o que põe os jovens numa situação absurda: gordinhos, bem tratados, com telemóveis e carros, mas, quando se vêem na necessidade de pescar, gritam e protestam: “Não sabemos e nem vale a pena aprendermos, porque não há peixes”.
Penso que a melhor solução não é acusá-los de que berram de barriga cheia. Será melhor tentar explicar-lhes que vale a pena aprender, pois os peixes, apesar de poucos, estão lá. Têm é que se dar ao trabalho de os procurar, o que não será fácil, pois estão habituados a sacar da cesta dos paizinhos. Mas lembremos sempre que a responsabilidade não é só deles!
P.S. A solução também não passa por pô-los a pescar, sem lhes ter ensinado antes.
Querida Cristinamiga
ResponderEliminarSubscrevo o teu artigo
Qjs do teu amigo
Henrique, o Leãozão
Tenho de te explicar a razão da longa ausência das lides bloguistas: uma recaída da bipolar durante dez meses e começada em Goa...; tenho um irmão com um cancro em fase terminal: eu próprio baixei ao Hospital de Santa Maria durante dez dias com uma pneumonia agravada. Arreporra que é demais!
É demais, sim.
ResponderEliminarDesejo-lhe as melhoras e muita força para aguentar com as adversidades da vida!
Um abraço.