Foto © Horst Neumann |
A suposta "crueldade" da Natureza nunca pode ser pretexto para nós humanos maltratarmos ou abandonarmos um animal (somos muito lestos a procurar razões para fugirmos ao sentimento de culpa). Aliás, não sei se podemos dizer que a Natureza é cruel, pois ela não tem ética, nem moral. Nós, pelo contrário, temos!
Nós humanos mudámos o mundo, com tudo o que a ele pertence e com tudo o que isso implica. Mudámos irremediavelmente, e para sempre, a vida de (quase) todos os animais e nada mais nos resta do que assumir essa responsabilidade. Muitos de nós esquecem-se de que os animais que nascem e crescem no nosso meio nunca aprenderam a viver na Natureza. Além disso, no caso dos cães, por exemplo, há características em muitas raças que tornam a sua sobrevivência na vida selvagem impossível: o tamanho (pequeno demais), ou pêlos longos que, sem a higiene e os cuidados adequados, facilitam a acumulação de sujidade e parasitas (não esqueçamos que as raças surgiram por
intervenção humana).
Todos os cristãos (ou quase) admiram São Francisco de Assis, mas poucos seguem os seus ensinamentos. E até nem precisamos de ir tão longe como ele, que considerava os animais seus irmãos. Eu, por exemplo, considero-os meus primos. Desde Darwin que sabemos possuir um qualquer grau de parentesco com todos os animais e, sendo impossível separar a condição humana das componentes moral e ética, temos o dever de os tratar com dignidade e não lhes infligir sofrimento gratuito.
Temos igualmente o dever de preservar as espécies! Isto não é mania do nosso tempo, tem tradição bíblica! É essa a mensagem do episódio da Arca de Noé. Com o mundo a ser destruído por cheias e enxurradas, Deus não ordenou a Noé que salvasse outros humanos (além da sua família), mas sim "casais" de animais. É a prova de que o nosso planeta e a nossa própria vida dependem das outras espécies, mesmo das que não servem para a nossa alimentação, nem vivem no nosso meio. O equilíbrio do planeta depende da existência dos outros animais.
Nós, com a nossa inteligência e os meios que adquirimos, temos a obrigação de preservar o mundo que Deus nos ofereceu e de assumir as responsabilidades de que Ele nos incumbiu.
Querida Cristinamiga
ResponderEliminarConcordo contigo salvo uma excepção. não acredito em Deus.
Qjs do teu amigo
Henrique, o Leãozão
Estou muito muito triste porque ainda não foste à NOSSA TRAVESSA...
Eu também não sei se acredito em Deus, ou não. Falo em Deus mais como uma espécie de consciência comum, essa consciência que, se nos deixarmos levar por ela, nos costuma encaminhar para a direção certa.
ResponderEliminarPara mim, Deus é também a energia criadora do universo e de tudo o que existe. Há momentos em que é possível sentir essa energia dentro de nós. Se a continuamos a sentir depois da morte, não sei.
Uso certos episódios da Bíblia mais pela sua carga simbólica. A Bíblia é, acima de tudo, a História de uma certa época da Humanidade e mostra-nos que muitas das coisas que julgamos modernas já existiam há milénios.
Além disso, sou grande admiradora de Jesus Cristo e de São Francisco.
Como já te disse, só ando aqui pelos blogues de vez em quando. Mas vou agora fazer uma visita à Travessa.
Abraço.