Maravilhoso pequeno-grande livro, que passa/passou
despercebido neste complexo mundo editorial, em que se edita tanta coisa que
não interessa a ninguém e onde meia dúzia de editoras comandam o mercado de um
país com pouco hábitos de leitura. Entre a quantidade de autores portugueses
contemporâneos que tenho lido (incluindo vencedores e finalistas de importantes
prémios literários), coloco esta obra de Ana Paula Mateus num grupo de quatro
ou cinco eleitos.
David, um pintor com apenas um gato por companhia,
vive num velho moinho perto da praia, amargurado, remoendo o arrependimento de
não ter aproveitado melhor o amor que surgiu na sua vida, uma mulher, cujo
retrato ele insiste em pintar, tentando tornar visível o silêncio que sente
dentro de si. Matilde é uma professora que vive suspensa numa relação proibida,
sem aparente solução à vista. Dá passeios solitários pela praia, onde não pode
deixar de reparar no moinho, e acaba por se cruzar com David.
A autora conta-nos as tragédias que envolvem estas
duas personagens numa linguagem poética, mas fluida, que deixa sempre o enredo
em primeiro plano. Este romance (eu considero-o um romance, apesar de a autora
o definir como “quase romance”) mostra-nos como a tristeza pode ser bela.
(fiquei curioso, Cristina. A obra encontra-se à venda nas livrarias? - uma boa parte das livrarias pertencem aos "monopolistas"...)
ResponderEliminarTão grata, Cristina Torrão!
ResponderEliminarBeijinhos <3
Luís, desculpe só agora responder. Mantém-se o problema da falta de notificação, quando alguém aqui comenta.
ResponderEliminarO livro não deve estar nas livrarias, pois, além de ter sido publicado por editora pequena, já o foi há alguns anos. Talvez em algumas livrarias independentes, como a Ferin, ou uma de Setúbal, bastante famosa, da qual não recordo agora o nome. Mas pode ser comprado online, diretamente à editora:
http://poetica-livros.com/loja/index.php?route=product/product&product_id=422
De nada, Anna, foi um prazer.
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