Faz hoje 744 anos que D. Dinis e D. Isabel casaram por procuração.
O matrimónio de D. Dinis representou um problema, pois, por desavenças entre seu falecido pai D. Afonso III e o clero, o reino de Portugal esteve sob interdito durante cerca de vinte anos, ou seja, salvo raras exceções, as igrejas mantiveram-se fechadas, sendo proibidas todas as cerimónias religiosas, assim como os sacramentos.
O consórcio com D. Isabel foi combinado, a fim de quebrar a supremacia de Castela. D. Dinis nomeou três procuradores, que, a 11 de Fevereiro de 1281, o representaram, por palavras de presente, na cerimónia de recebimento de D. Isabel de Aragão, no Paço Real de Barcelona. Os três procuradores eram os cavaleiros João Pires Velho e Vasco Pires e o clérigo D. João Martins de Soalhães, futuro bispo de Lisboa.
D. Dinis tinha dezanove anos e D. Isabel apenas dez. Casamentos destes eram habituais, na Idade Média, principalmente, no meio nobre. Representavam, acima de tudo, uma aliança entre duas famílias. Por vezes, eram combinados consórcios entre crianças (noivo e noiva) de quatro ou cinco anos.
Isto não quer, porém, dizer que a prática da pedofilia fosse comum. Normalmente, aguardava-se que a jovem esposa atingisse idade apropriada para consumar a união. O primeiro parto costumava acontecer aos quinze ou dezasseis anos. D. Isabel tinha aliás já dezanove anos.
D. Isabel era filha do rei D. Pedro III de Aragão e de D. Constança da Sicília. Só deu entrada em Portugal cerca de ano e meio depois da cerimónia em Barcelona, sendo as bodas do par real festejadas em Trancoso, a 26 de Junho de 1282.
O casamento de D. Dinis e D. Isabel durou quase quarenta e quatro anos. O casal teve dois filhos: a infanta D. Constança (rainha de Castela, por casamento) e o infante D. Afonso, futuro rei D. Afonso IV.
Olá Cristina
ResponderEliminarPerfeita, esta sua série de D. Dinis e Isabel de Aragão. A este tema dediquei uma obra, em banda desenhada (publicada em português, inglês e castelhano), depois de ter estado em Saragoça no Palácio de Aljaferia e aí, na sua biblioteca, ter adquirido um livro de duas autoras espanholas.
Vivo em Trancoso, terra onde se celebraram as bodas, na igreja de S. Bartolomeu o Velho e onde, anualmente, se celebra esta cerimónia durante dois dias, com trajes medievais, dos quais aqui existem cerca de 200. Enquanto presidente , que fui, da Empresa Municipal, fiz questão de dar continuidade e brilho a estes festejos, tendo mesmo contratado atores profissionais para desempenharem os papéis dos noivos.
Em junho do ano passado, como professor, levei as alunas e alunos da Universidade Sénior à RTP (Praça da Alegria), em memória deste enlace, que ocorreu durante 3 horas naquela estação televisiva.
Lembro à Cristina que fomos ambos comentadores do blog Horas Extraordinárias.
Um grande abraço de amizade e de parabéns pelo seu magnífico blog
Fernando Santos Costa
Olá Fernando, gosto muito de o ver por aqui. Conheço essa sua obra, que o Fernando teve a amabilidade de me enviar, assim como um livro sobre o padre Costa de Trancoso e uma monografia dessa cidade. Agradeço-lhe mais uma vez. E espero que esta série continue a ser do seu agrado. Abraço.
ResponderEliminarOlá, Cristina
ResponderEliminarGostei muito de ler esta passagem da vida de D.Dinis
e Dona Isabel.
Muito obrigada.
Beijinhos
Olinda
Eu é que agradeço, Olinda.
ResponderEliminarBeijinhos