Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.
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19 de agosto de 2024

"Genética maravilhosa"?

 

Patrocínio.jpg

No início de Agosto, Mariana Patrocínio publicou, na sua conta do Instagram, esta fotografia com sua mãe e quatro das suas irmãs. Uma seguidora comentou “genética maravilhosa”. E eu atrevo-me a discordar. Melhor falando, penso que a genética apenas contribui com 20% a 30% para resultados destes. O resto é berço e disciplina nas práticas alimentares e de exercício. No caso desta família, o berço inclui aliás dinheiro q.b. para gastar em ginásios e institutos de beleza. Não menciono, porém, a questão monetária com cinismo. Quem nasce em ambiente propício, faz muito bem em aproveitá-lo. Eu faria o mesmo. Berço, no entanto, é bem mais do que notas e cartões de crédito.

O cerne da questão é a genética estar muito sobrevalorizada. A silhueta das beldades da foto está ao alcance da grande maioria das mulheres. Para adquirir boas práticas de alimentação e exercício físico, o berço pode ser de classe média, ou até pobre. Mas cumpre um papel importantíssimo. Alcançar, na idade adulta, figuras deste tipo, é quase impossível para quem cresceu num ambiente de obesidades e más práticas alimentares.

Muita gente não acredita, mas criar crianças obesas é estragar-lhes o futuro. E uma família não precisa de ser rica para comer com discernimento e incentivar a actividade física. Uma alimentação equilibrada também não significa dietas, não há alimentos proibidos. Mas é preciso saber quando comer o quê e em que quantidades. Talvez seja bom acabar com o hábito de dizer às crianças “come lá mais uma fatia de bolo” ou “então não acabas a carninha”, quando elas dão sinais de já estarem satisfeitas. Parece que não, mas é muito importante aprender a interpretar os sinais do corpo. Muitas vezes, continuamos a comer, apesar de já estarmos cheios até à goela.

Actividade física também não implica ginásios caros, podem-se inscrever as crianças num clube desportivo acessível à família, seja de futebol, voleibol e outros “ois”, ginástica, natação, patinagem, dança, skate, ciclismo, etc. Mas é igualmente importantíssimo dar o exemplo em casa, fazendo, quanto mais não seja, caminhadas regulares com os pimpolhos. Pode-se aproveitar o caminho para a escola, ou mesmo a ida ao café. Se o café for perto é até aconselhável fazer um desvio generoso. E quem alegue não ter tempo para passeios durante a semana, pode fazê-los ao fim-de-semana. Uma hora de caminhada faz milagres em todos, pais e filhos. E, quem chega a adulto habituado a estas andanças, normalmente, continua a praticá-las.

A genética está igualmente sobrevalorizada noutros campos, como o artístico, ou o intelectual. O ambiente e os hábitos conhecidos desde o berço são muito mais importantes. Filhos de escritores habituam-se, desde sempre, a hábitos e conversas de e sobre os livros e escrita, incluindo as visitas e amigos dos pais. Filhas de atrizes crescem no meio dos cenários, das câmaras, dos holofotes, dos gritos de “acção”, do decorar dos papéis e também os frequentadores da casa familiar pertencem maioritariamente a este meio. O mesmo acontece com músicos, cantoras, pintores, cientistas, jornalistas, etc. Porém, mesmo quem não pertença a mundos destes, pode transmitir aos filhos o interesse pela cultura, interessando-se ele próprio. Quem não é incentivado, na infância, também pode lá chegar, mas é bastante raro.

Por isso, quando se quer elogiar uma pessoa elegante, considero mais adequado dizer “bons hábitos” do que “bons genes”. Também é mais lisonjeador, pois, na verdade, em nada contribuímos para ter os genes que temos. Já elogiar-nos os hábitos é elogiar o que é da nossa responsabilidade.

Não estou a dizer que a genética não contribui. O mais importante, contudo, é como aprendemos a estar no mundo. E, na infância, vemos o mundo através dos olhos dos nossos pais.

8 de novembro de 2020

História viva

 

Museu Casa da Roda Torre de Moncorvo

Museu Casa da Roda, Torre de Moncorvo © 2016 Horst Neumann

 

Antigamente, os bebés abandonados eram denominados de expostos. Existiam casas da roda um pouco por todo o país. Na Lisboa queirosiana, o hospital dos expostos da Santa Casa da Misericórdia era o destino de cerca de trezentos e cinquenta bebés por ano. Estes são vários registos de baptismo dessas crianças. Concentremo-nos no primeiro, o Assento nº 4:

1890-01-08 Carlos da Graça e Santos PT-ADLSB-PRQ-

«No dia oito do mês de Janeiro do ano de mil oitocentos e noventa, pelas duas horas e meia da tarde, entrou para o Hospital dos expostos de Lisboa, uma criança do sexo masculino, nascida em vinte e três de Dezembro do ano próximo findo, trazendo o seguinte: camisa, fralda e envolvedouro de algodão, um cueiro de baetilha branca, um embrião (?) de chita de riscas amarelas e encarnadas com raminhos pretos, touca de malha de lã cor de rosa e branca e um xaile de algodão em xadrez preto e branco. Foi hoje solenemente baptizado com o nome de Carlos pelo Reverendo José António Conceição Vieira, tesoureiro da Igreja da Santa Casa da Misericórdia; sendo padrinho o moço de capela Manuel de Oliveira Nunes. E para constar, lavrei este assento, que assino com o referido padrinho.

Padre Leonardo Avelino Ribeiro

Manuel de Oliveira Nunes»

Na barra do lado direito, foi, mais tarde, acrescentado o seguinte:

«Este exposto casou com Ana de Jesus Coelho, no dia 03 de Novembro de 1909, como consta do ofício do Reverendo prior de Assentiz, de 20 do corrente. Lisboa, 23 de Novembro de 1909. O substituto do Padre ??? Padre Fonseca»

A noiva, Ana de Jesus Coelho, tinha dezanove anos e o exposto, que, no registo de casamento, surge com o nome de Carlos da Graça e Santos, também ainda não completara os vinte. Casaram na freguesia de Assentiz, concelho de Torres Novas, a terra-natal da noiva. Carlos e Ana tiveram nove filhos. A terceira dessas crianças foi batizada com o nome de Deolinda e haveria de ser a minha avó materna.

É difícil de descrever a comoção sentida, quando finalmente encontrei o registo de batismo do bisavô Carlos. Não fazia ideia de que ele tinha estado na Santa Casa. Na família, sempre se disse que era filho de um padre, mas falava-se na freguesia do Olival, concelho de Ourém, onde a minha avó e, penso, os seus irmãos nasceram. Também se diz que o padre vivia com uma irmã e uma prima, sendo esta a mãe do filho dele, mas as pessoas ainda vivas não sabem dizer nomes, ou outros pormenores. Ou não querem dizer.

Ao encontrar o registo, senti-me muito próxima deste bisavô, que nunca conheci. A descrição das roupinhas faz-me pensar que estava bem tratado. Pergunto-me, porém, como se sabia a data do seu nascimento. Noutros registos, referem-se certidões que os bebés traziam consigo, passadas nos hospitais onde nasciam; outros nada traziam e são batizados, sem se referirem datas. No caso do meu bisavô, porém, há uma data de nascimento, sem se explicar de onde ela vem.

A pesquisa familiar é, para mim, fascinante, embora seja uma actividade que exige muito tempo, muita persistência e ânimo para ultrapassar desilusões de documentos perdidos, ou de perguntas por responder (além do esforço para decifrar estas escritas antigas). Ainda assim, em Portugal, a pesquisa está bastante simplificada. Na página https://tombo.pt/ tem-se gratuitamente acesso a muitos livros paroquiais digitalizados (e continuam a digitalizar-se os que faltam). É um excelente trabalho dos nossos arquivos, que me permite fazer esta pesquisa a 2.500 km do meu país, confortavelmente, em casa.

O meu lado materno é bastante variado, abrange V. N. de Gaia, Mealhada, Torres Novas e possivelmente Lisboa. Infelizmente, nunca vou ficar a saber onde nasceu o meu bisavô Carlos, nem quem eram os seus pais. Já o lado paterno é mais simples, pois quase toda a família é proveniente da freguesia transmontana do Lombo, concelho de Macedo de Cavaleiros. Numa certa linha, já cheguei ao século XVII, ao encontrar o registo de um casal que contraiu matrimónio a 14 de abril de 1698, Miguel Moreno e Catarina Alves, meus oitavos avós.

 

1698-04-14 Casamento Miguel Moreno e Catarina Alve

 

Não ando à procura de antepassados nobres, que não os tive. Mas, por algum motivo, fascina-me saber quem eles eram e tento imaginar as suas vidas. Ao mesmo tempo, aprendo bastante sobre o Portugal de antigamente, pois, como diz o Professor Mattoso: «O passado dos homens não foi só a sua vida pública. Foi também o jogo ou a luta de cada dia e aquilo em que eles acreditaram».

Não obstante, também do lado do meu pai vão ficar questões por esclarecer. À parte um trisavô filho de pai incógnito (precisamente, o trisavô Torrão!), tive uma bisavó espanhola, natural da freguesia de Fonfria, concelho de Alcanices. Acontecia bastante famílias espanholas assentarem arraiais em aldeias transmontanas. Contudo, no reino de nuestros hermanos, parece não existir uma página que me permita consultar os livros paroquiais online. Teria de ir ao arquivo de Zamora e passar lá um dia, ou dias, inteiros, a consultar os calhamaços. Isto, claro, se conseguisse ler o castelhano de séculos passados…

Fico com pena de nunca ter conhecido o bisavô Carlos, que foi depositado, ainda tão frágil, no hospital dos expostos. Nem sequer tenho uma fotografia dele. Mas tenho da mulher com quem ele casou, que aliás me lembro de visitar, em Porto de Mós, onde ela faleceu em 1976, tinha eu quase onze anos.

 

Ana Coelho.jpg

Bisavó Ana de Jesus Coelho, mãe da minha avó materna

(que esteve a 13 de outubro de 1917 em Fátima, no meio do povo que lá se reuniu e diz ter assistido ao milagre do sol)

20 de outubro de 2017

Da Importância das Fotografias




Hoje em dia, as fotografias são tão comuns e tiram-se tantas, em qualquer situação, que custa a crer ter havido um tempo em que eram coisa rara.

Apresento-vos os meus avós paternos, Ludovina Amélia Rodrigues e Fernando César Torrão, naturais da freguesia do Lombo, perto de Chacim e do Santuário de Balsamão, concelho de Macedo de Cavaleiros.

O meu avô era meio leonês, já que a sua mãe era oriunda de Fonfria, concelho de Alcañices. Não me lembro dele, pois faleceu em 1967, mas surge sempre com um ar muito sereno, nas fotografias. Já a minha avó é por mim recordada como uma mulher severa, de feições duras (no fundo, tipicamente transmontana), por isso, gosto de ver aqui a sua bela fisionomia marcada por uma certa leveza, concedida pela juventude.

O meu pai diz que a fotografia foi tirada ao tempo do seu casamento, celebrado em Novembro de 1927. Gosto de os ver tão novos. Ainda bem que tiraram a fotografia, coisa rara, naquela altura, sobretudo, numa aldeia perdida nos montes transmontanos (tão perdida, que o meu pai ainda pensou em abalar para essa região inóspita, quando, no Verão Quente, pairava a ameaça da guerra civil).

A ideia desta fotografia foi com certeza do meu avô, um autodidata, que sabia ler e escrever, sem nunca ter frequentado uma escola, e um dos primeiros pais da aldeia a enviar os filhos para o liceu de Bragança - atente-se que o primeiro filho que ele enviou foi uma rapariga, a minha tia Nair, professora primária em Chacim durante mais de quarenta anos. O meu avô encorajou igualmente parentes e conhecidos a enviarem as suas filhas para a escola, nem que fosse apenas a primária.

E aqui estão os meus avós, cerca de trinta anos mais tarde:





5 de setembro de 2017

Bodas de Prata (parte 2)!

Por vezes, não é fácil encontrar a prenda certa para a ocasião certa. E eu comecei a pensar: qual será o melhor presente para o Horst, nas nossas Bodas de Prata? E o que gostaria eu mais de receber?

Tinha de ser algo original e perene. E lembrei-me: uma sessão de fotografias. Mas como deve ser! Não fotografias tiradas por telemóvel, ou tablet, mas num estúdio, com fotógrafo (neste caso, fotógrafa) profissional.

O Horst gostou da ideia e assim fizemos. Aproveitámos para levar a nossa Lucy, que faz parte da nossa pequena família. A Lucy completará os 14 anos em Outubro. Quantas mais oportunidades teremos de tirar boas fotografias com ela?

Aqui estão alguns dos resultados, com e sem Lucy:






20 de junho de 2017

Abuso Sexual na Infância



As famílias são consideradas espaços privados, onde ninguém se deve meter, por isso, há problemas que se ignoram. Alguns desses problemas são muito graves. É o caso da violência doméstica, por exemplo, calado durante tantos anos, mas que hoje, felizmente, já é discutido, tentando-se assim contribuir para a sua diminuição.

Um outro problema ainda ignorado pela sociedade é o abuso sexual de crianças. Considera-se ser esse um fenómeno raro, que só acontece esporadicamente, ou com crianças raptadas por pedófilos e/ou psicopatas. Contudo, uma comissão criada na Alemanha pela Ministra da Família, Katarina Barley, a fim de estudar o assunto, tem chegado a conclusões chocantes: o abuso sexual de crianças é um fenómeno de massas! A comissão calcula que, em cada turma de estudantes (incluindo o ensino básico), há uma ou duas crianças vítimas de abuso sexual!

A esmagadora maioria destes lamentáveis casos dá-se no seio familiar. Os prevaricadores são os próprios pais, avôs, padrastos, irmãos mais velhos e, em casos raros, as próprias mães.
Os parentes que têm conhecimento dos abusos, normalmente as mães, calam-se, tornando-se assim cúmplices do crime. Muitas delas estão emocional e economicamente dependentes dos prevaricadores; outras não sabem a quem se dirigir, a fim de denunciar a situação. Por isso, a comissão diz ser necessário criar mecanismos de ajuda, para que essas mães considerem o bem-estar da sua criança mais importante do que o desmembramento da família. Na verdade, a consciência de que a mãe, ou um outro parente, sabe do sucedido e nada faz para que termine, causa um sofrimento gigantesco na vítima. É importantíssimo, considera a comissão, quebrar este silêncio.

Os efeitos psicológicos destes abusos prolongam-se pela vida fora e exprimem-se, entre outras formas, na escolaridade interrompida, no abandono constante do emprego, em novos abusos (a vítima transforma-se em abusador) e em tentativas de suicídio. A comissão tem entrevistado centenas de adultos que foram vítimas deste tipo de abuso na infância e na juventude e quase todos vivem na pobreza, desempregados.

Trata-se, por isso, de um grande problema social que urge denunciar. É minha convicção que um estudo deste género em Portugal não deveria chegar a conclusões muito diferentes. 


22 de março de 2017

Valorizar a família


«Criar um porco contribui para o PIB, criar uma criança não».*

Ao ler recentemente estas palavras de Friedrich List, um economista alemão do século XIX, lembrei-me do artigo que escrevi para a edição de Março do PORTUGAL POST, o único jornal para a comunidade portuguesa na Alemanha. Nesta edição dedicada às mulheres, o Diretor Mário Santos pediu-me para lhe enviar um pequeno texto sobre a minha experiência como escritora. Por razões que nem sempre sabemos nomear, acabei por fugir ao tema, concentrando-me na pouca valorização que a família tem na nossa sociedade.



Este problema, porém, não é novo, ao contrário do que se possa pensar. Não me refiro à coesão artificial dos laços familiares que existem por imposição, tipo dogma, mesmo entre parentes que se odeiam. Refiro-me mais ao pouco valor dado ao criar e tratar de crianças. A fim de cumprir os seus compromissos profissionais, os pais deixam, muitas vezes, os filhos pequenos a cargo de pessoas mal qualificadas. Persiste a crença de que qualquer mulher (pela mera possibilidade de ser mãe) sabe tratar de crianças e educá-las convenientemente.

Nada mais enganoso! Falamos de uma tarefa de alta responsabilidade. Se criar uma criança significasse apenas lavá-la, alimentá-la e dar-lhe um teto, elas bem podiam crescer todas em lares. O problema é que a sociedade parece considerar qualquer outro trabalho superior a esse, tornando-se quase um castigo ficar em casa a tratar dos filhos, das limpezas e das refeições, tarefas consideradas inferiores, degradantes e, talvez, por isso mesmo, mais próprias de mulheres. No entanto, o trabalho num matadouro, por exemplo, ou numa fábrica de produção em série, não me parece mais satisfatório, ou gratificante. Porque se considera superior o facto de se estar numa fábrica a apertar parafusos todo o dia, em relação a mudar fraldas e dar de comer a um bebé?

Na Alemanha, onde os ordenados o permitem, é frequente uma mulher prescindir do seu trabalho remunerado para ficar em casa durante alguns anos, depois de ter filhos. Apesar de a lei permitir que os homens façam o mesmo, uma percentagem ínfima de pais decide-se por esta opção. Há ainda muito preconceito em relação a um casal que decide inverter os papéis. Para que houvesse realmente uma mudança de mentalidades, as tarefas caseiras deviam ser valorizadas, ser alvo de consideração social. E talvez também remuneradas. Afinal, ao proporcionar uma boa infância às suas crianças, o Estado está a investir no futuro.

Toda a família devia ser valorizada, independentemente da sua forma, ou modelo. Mais do que fazer a apologia da família tradicional, proponho um olhar diferente para as pessoas que tratam dos filhos e da casa, sejam homens ou mulheres. Em vez de piedade, ou condescendência, reservemos-lhes respeito e consideração!

Também o mercado de trabalho se devia adaptar ao conceito de família, tomar consciência de que não é indiferente quem trata das crianças e proporcionar condições para que as pessoas que regressam mais cedo a casa, ou mesmo se vejam forçadas a cancelarem compromissos, por causa dos filhos, não sejam olhadas de forma desaprovadora. As crianças precisam dos pais (biológicos, ou não). Para os homens e mulheres que prescindem temporariamente da sua atividade profissional, o regresso ao mercado de trabalho devia ser facilitado, independentemente das suas idades. Os horários laborais deviam igualmente ser mais flexíveis, de acordo com as necessidades das famílias, assim como deveria haver mais possibilidades de trabalhar em part-time. As crianças são o espelho da família. Pais felizes significa filhos felizes; crianças de pais stressados e/ou descontentes refletem o ambiente que têm em casa e são elas próprias sérias candidatas a adultos depressivos.

A sociedade subestima a educação das crianças. Costuma-se dizer: «elas não morrem por não terem os pais perto delas. Lá se criam». Na minha opinião, porém, nada se compara a uma infância bem estruturada e apoiada, na companhia de pais que realmente têm tempo para os filhos. Costumo dizer que a única coisa que pode mudar o mundo são infâncias felizes.


* Citado por Thomas Sternberg, Presidente do Comité Central dos Católicos Alemães (Zentralkomitee der deutschen Katholiken), na KirchenZeitung de 5 de Março de 2017.
 Frase no original: Das Großziehen eines Schweins trägt zum Bruttosozialprodukt bei, die Erziehung eines Kindes nicht.