À hora marcada, e sob a protecção de Afonso Peres Farinha, prior da Ordem do Hospital, que o sentou à sua frente sobre o seu cavalo, Dinis juntou-se à comitiva do avô. Seguiam-nos mais três freires daquela Ordem militar e o cavaleiro trovador João Soares Coelho.
Percorreram as ruas tortuosas de Toledo, até chegarem ao local de uma obra gigantesca, onde se moviam centenas de trabalhadores, alguns sobre andaimes em alturas alucinantes. D. Afonso explicou aos cavaleiros portugueses que ali se construía a nova catedral. Seu pai Fernando III, que reunira as coroas de Leão e Castela, mandara demolir a velha mesquita, que servira durante quase dois séculos de catedral, e iniciara, há cerca de quarenta anos, a construção da nova, ao estilo das recentes catedrais francesas de Saint Denis, Notre-Dame de Paris, de Reims ou de Amiens. Tratava-se de uma nova técnica de construção, baseada em arcos ogivais, que permitia alturas incríveis se perder leveza e elegância.
O arquitecto Pedro Pérez informou os visitantes que aquele templo, como habitualmente em forma de cruz, mediria 180 côvados de longitude por 90 de eixo. Dinis não podia calcular o valor daquelas medidas, mas mirava boquiaberto o exterior da cabeceira da catedral, praticamente pronta.
As dimensões que impressionam um infante não o impediram de um dia se rebelar contra esse rei e transformar-se ele próprio num rei.
ResponderEliminarDeviam os homens pensar nisso antes de construírem sobre pedra os seu templos.
eu gostei.
ResponderEliminarTudo é efémero, António.
ResponderEliminarBeijinhos aos dois :)