D. Afonso Henriques ficou conhecido como o "arreda" porque foi umas das primeiras pessoas em Portugal a ter automóvel, numa altura em que os caminhos (não se podiam chamar estradas) não estavam preparados para receber estes novos veículos. Em vias desenhadas para carros de bois e cavalos, sobressaia o automóvel do Infante que, como devem calcular, não teria muita facilidade de passagem para a velocidade, na altura, supersónica que podia chegar aos 40 kms hora. Assim, para facilitar a sua mobilidade, D. Afonso Henriques utilizava a sua voz como sinal de passagem, gritando constantemente "arreda!", para conseguir desimpedir a via.
Não se trata de um texto humorístico, mas muito sério. É claro que o nosso primeiro rei não foi o único português a chamar-se Afonso Henriques. Um outro, foi o filho cadete de D. Luis e Dª Maria Pia, que esteve a um passo de se tornar em D. Afonso VII, Rei de Portugal e dos Algarves D'Áquem e D'Álem Mar em África.
Era uma das personalidades que esperava a família real no cais do Terreiro do Paço no dia 1 de Fevereiro (de 1908), ao lado do seu sobrinho D. Manuel (...), acompanhando a comitiva no seu automóvel nessa curta viagem que terminou tragicamente na esquina da Rua do Arsenal. (...) Não fosse a fortuna (ou má pontaria) de o tiro que acertou em D. Manuel apenas lhe tivesse atingido num braço e o "Arreda" teria deixado nesse dia de ser o bem-disposto infante para ser aclamado D. Afonso VII.
Depois do regicídio, o Infante D. Afonso Henriques fixou residência em Itália e casou com uma cidadã americana. Morreu em 1920 e foi o primeiro Bragança a regressar do exílio para o panteão de São Vicente de Fora.
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