Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

13 de maio de 2014

Contracapa



«- D. Afonso Henriques prepara um grande fossado contra os mouros e há mister de todos os homens livres, que lhe devem serviço na hoste.
- Ai valha-me Deus – soltou Adosinda, benzendo-se e sendo imitada pelas filhas.
Iniciou-se na Terra de Paiva uma euforia nunca vista.
Os ferreiros trabalhavam noite e dia nas suas forjas, aprontando armas, principalmente lanças e capelos de ferro, algumas pagas com a prata dos cavaleiros de D. Afonso, outras, pelos próprios lavradores. As mulheres confecionavam gibões de guerra para que os seus homens melhor pudessem proteger o corpo, uma vestimenta com várias camadas de linho e acolchoada com lã, também conhecida por perponto.
Enquanto eles se juntavam nos adros das igrejas, nos paços dos nobres e no castelo de Fornos, a fim de ouvirem os cavaleiros e os barões da sua terra, as mulheres desfaziam-se em rezas, sacrifícios e promessas».

Os anos entre 1138 e 1147 foram decisivos para a formação do reino de Portugal, acontecimentos como a Batalha de Ourique, o casamento de D. Afonso Henriques e a Conquista de Lisboa influenciaram igualmente a vida dos mais humildes, que foram afinal os primeiros portugueses da História.
Jacinta, a personagem principal deste romance, é uma dessas pessoas.
Seguindo o percurso desta jovem, o leitor é introduzido na forma de vida do século XII, em que virtude e pecado andavam lado a lado, sendo ténue a fronteira entre o aceitamento e a maldição. Quem não se conformava com as normas caía facilmente na marginalidade.

«E porque haveria de consentir no nascimento de uma criança que seria igualmente alvo da crueldade daquela gente?
Jacinta cerrou as mãos em punho, por baixo da mesa, ao surgir do pensamento que a assustava. Sabia que havia guisas de evitar que uma criança nascesse. E que a bruxa do Serro do Cão era sábia nesses procedimentos…»

Violação, aborto, adultério, bruxaria e prostituição são algumas das situações em que Jacinta se vê enredada, enquanto a História de um condado feito reino segue o seu curso. 

Amanhã, divulgo a capa!

3 comentários:

Bartolomeu disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bartolomeu disse...

Curto bué o nome Jacinta, apesar de menos comum que Maria, é no entanto, apesar da sua raridade, possuidor de uma ressonância sensual, se não mesmo erótica.
Lembra-me o nome daquele brasileiro; o seu Jácinto Leite Cápelo Rêgo...
(Pronto! Não passas sem dizer uma parvoíce qualquer, Bartolomeuzinho... deves achar que tens montes de piada... carroceiro!)

Cristina Torrão disse...

"Ressonância sensual" - acho que fica bem à minha personagem ;)