São palavras do Professor Marco Neves e eu concordo com elas. Mas vamos por partes!
Uma vitória portuguesa num palco internacional serve sempre para alguma
coisa, quanto mais não seja, para que uma data de outros países tomem, por
momentos, consciência de que existimos o que, convenhamos, já não é nada mau.
Também serve, e isso será o mais importante, para nos aumentar a autoestima
durante um determinado tempo.
O problema é que temos uma enorme tendência para exagerar. Dizemos
logo que demos uma grande lição aos outros países e que esta vitória foi muito
importante para a música portuguesa. Nem uma coisa nem outra é verdade!
Não demos lição nenhuma a ninguém! Salvador Sobral não foi o primeiro
concorrente a cantar sozinho, na língua materna, sem efeitos de luzes e de sons.
Quase todos os anos surge, pelo menos, uma participação desse género, que
normalmente fica bem classificada. E, muitas vezes, o/a vencedor/a destaca-se precisamente
pela simplicidade (não tanta como a dele, mas indubitavelmente mais simples do que os outros). Quem acompanha o Eurofestival todos os anos, como eu, sabe
bem que assim é.
Achei aliás a atitude de Salvador Sobral, no fim, um pouco arrogante, ao
dizer: «a música não é fogo de artifício, é sentimento». O apresentador tinha-lhe
passado o microfone perguntando-lhe se ele queria dizer alguma coisa à Europa.
Penso que estava a pensar em agradecimentos, ou algo do género. Salvador
saiu-se com essas palavras pouco elegantes, desprezando a participação dos
outros concorrentes. Foi a mesma coisa que dizer: “os outros não prestaram para
nada, eu é que trouxe aqui uma canção de jeito”. Foi pouco elegante, admitamos!
Se o tivesse dito no nosso país, numa qualquer entrevista… Mas disse-o a um microfone
ligado a centenas de milhões de pessoas, na cara dos "colegas" de percurso!
Quanto ao efeito desta vitória na música portuguesa… É nulo! Valerá talvez
apenas para consumo interno, pois, a nível internacional, não haverá mudanças.
O júri alemão deu doze pontos ao Salvador Sobral e, no programa que acompanhou a
transmissão do festival, elogiou o nosso cantor. Isso, porém, não quer dizer
que na Alemanha (o caso que conheço melhor) o interesse pela música portuguesa
irá aumentar, pelo menos, não significativamente. Ainda não ouvi a canção na
rádio alemã, nem me apercebi que andasse alguém à procura dela. Por isso, muito
me admira que um músico experiente como Tozé Brito vá dizer ao Telejornal que a
vitória foi muito importante para a música portuguesa. Mas ele acredita mesmo
nisso?
Parafraseando Marco Neves, mais uma vez, «esta
vitória foi como um sonho vindo das profundezas da nossa infância». Para
mim foi realmente o seu aspeto mais importante. Tantas vezes, desde miúda,
invejei os países que se fartavam de ter votos, perguntando-me a mim mesma que
sensação tal nos provocaria. Agora já sei, graças ao Salvador.
Obrigada, Salvador Sobral!
http://www.tsf.pt/cultura/interior/primeiro-concerto-de-salvador-sobral-desde-a-eurovisao-8491226.html |
'PRECISAMOS ESTREITAR OS LAÇOS ENTRE PORTUGAL E BRASIL,ALÉM DE OUTROS PAÍSES ONDE FALAMOS O PORTUGUês ,POIS NOSSO IDIOMA ESTÁ EM GOA,MACAU,CABO VERDE E ETC.HÁ MUITA COISA BOA PARA DESCOBRIRMOS E/OU DIVULGARMOS.EU NUNCA VOU ESQUECER AMÁLIA RODRIGUES,CARLOS DO CARMO E OUTROS NOMES BELOS E TOCANTES NO RAMO DA MÚSICA,POESIA...EU GOSTAVA MUITO QUANDO AMÁLIA RODRIGUES PARTICIPAVA DAS NOVELAS E TELETEATROS DA TV BRASILEIRA.FAZ FALTA TANTO QUANTO EDITH PIAF,ELIS,MAYSA,...TANTAS MULHERES COM VOZES QUE TOCARAM NOSSOS CORAÇÕES NO BRASIL E NO MUNDO.NUM MUNDO ONDE IMBECIS COMO DONALD TRUMP E MINISTROS ISRAELENSES MATAM INOCENTES A MAGIA DE AMÁLIA TRAZ ESPERANÇA...'
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