Os Físicos é uma hilariante peça teatral do
suíço Friedrich Dürrenmatt (1921/1990), que escrevia em língua alemã. Talvez ele
não seja atualmente muito conhecido no nosso país, mas vários romances e peças
de Dürrenmatt foram adaptadas ao cinema. Um dos filmes mais conhecidos intitula-se
A Visita (The
Visit), realizado em 1964 e protagonizado por Ingrid Bergman e Anthony
Quinn.
Caracterizei a peça Os Físicos como hilariante,
pois ela está cheia de situações absurdas e cómicas, onde aliás impera o humor
negro, o que torna a leitura muito agradável. No entanto, Os Físicos
tematiza uma problemática nada risível: físicos geniais e suas descobertas, que
tanto podem ser úteis à humanidade, como contribuir para a sua destruição, tudo
dependendo das mãos em que cai esse saber. O ponto de partida é o facto de que,
sem as descobertas de Einstein, a bomba atómica nunca seria possível. Dürrenmatt
tinha 24 anos, quando Hiroxima e Nagasaki foram devastadas pela bomba atómica, ficando
impressionado com o poder que o ser humano possui e os efeitos catastróficos
que daí podem advir. Os Físicos desenrola-se uma clínica psiquiátrica, local
de esconderijo de um cientista genial, na esperança de que o mundo nunca venha a
ter contacto com as suas descobertas.
Não encontrei versão portuguesa à venda desta peça,
embora ela seja, de vez em quando, levada à cena, como aconteceu, por exemplo, em
2017, na Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão, e na
Escola Alemã de Lisboa, a 8 de junho de 2018. Quem esteja interessado em
lê-la em inglês pode adquiri-la na wook.pt.
Gostei tanto do estilo e da ironia de Friedrich Dürrenmatt,
que lerei, de seguida, uma das suas obras mais famosas: O Juiz e o seu
Carrasco.
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